O Brasil registrou nesta
quinta-feira (11) 1.261 mortes registradas pela Covid-19 e chegou a 41.058
vidas perdidas. Os dados apontam que, em pouco mais de três meses, o novo
coronavírus vitimou mais brasileiros do que os acidentes de trânsito em todo o
ano de 2019.
Em 16 de março, em São Paulo,
a doença matava o primeiro brasileiro. Desde então, os mais de 40 mil óbitos
pelo novo coronavírus superaram as 40.721 mortes no trânsito de 2019 -- dados
da Seguradora Líder-DPVAT.
Além disso, as mortes pela Covid-19 no Brasil já ultrapassaram o total
registrado em 2019 com homicídios dolosos. Foram 39.776 em todo o ano passado,
de acordo com dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Em menos de três meses de
pandemia da Covid-19 no país, as mortes pela doença também já se aproximam das
anuais de outras doenças, como as do aparelho geniturinário (43.428), como
problemas renais, segundo dados de 2018 do DataSUS.
Os dados sobre mortes e casos
de Covid-19 são fruto de colaboração inédita entre Folha de S.Paulo, O Estado
de S. Paulo, Extra, O Globo, G1 e UOL para reunir e informar números sobre o
novo coronavírus, que são coletados diretamente com as Secretarias de Saúde. O
balanço é fechado diariamente às 20h.
Na sua décima quinta semana de
pandemia, o Brasil tem uma taxa de 19 mortos por 100 mil habitantes. Estados
Unidos, que têm o maior número absoluto de mortos e está cinco semanas adiante
na pandemia, e o Reino Unido, que ocupa a segunda posição e está em sua décima
nona semana, têm 34,4 e 62 mortos para cada 100 mil habitantes,
respectivamente.
Na Argentina, onde a pandemia
desembarcou nove dias mais tarde que no Brasil e que seguiu uma quarentena
muito mais rígida, o índice é de 1,7 morte por 100 mil habitantes.
Comparado a outros países, o
Brasil é o terceiro com o maior número de mortos pelo novo coronavírus, atrás
somente de Estados Unidos e Reino Unido. Contudo, se for mantido o ritmo diário
de óbitos, pode ultrapassar em breve o Reino Unido, segundo da lista, que
registrava mais de 41 mil mortes até esta quarta (10).
Mais uma vez, em números
gerais, a maior parte das novas mortes e casos ocorreu em São Paulo. Nesta
quinta, porém, após dois dias seguidos de recordes de mortes, o estado
registrou 283 novos óbitos pela doença e 6.204 novos casos. O estado totaliza
10.145 mortes pelo novo coronavírus e 162.520 casos da doença.
Em seguida, os estados com
maior número de mortes registradas em 24h é o Rio de Janeiro (225, com um total
de 7.363 óbitos), seguido pelo Ceará (189, com total de 4.708).
Até aqui, a semana foi marcada
por um crescimento constante nas mortes no Rio, saindo de 74 óbitos registrados
na segunda (8) para 225.
O Ceará, por sua vez,
apresentou dados acima de 160 mortes diárias desde segunda, quando chegou a
registrar 217 óbitos pela Covid-19.
No boletim diário do
Ministério da Saúde, são apontados 1.239 novas mortes, totalizando 40.919 vidas
perdidas, e 30.412 novos casos, o que totaliza 802.828 casos de Covid-19 no
país desde o início da pandemia.
A iniciativa do consórcio de
veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro
(sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e
tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e
mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.
Por determinação do ministro
Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o portal do Ministério
da Saúde que reúne dados sobre a epidemia voltou a informar na terça (9) o
total de mortes e casos acumulados. As informações haviam sido tiradas do ar na
sexta (5), em uma semana em que o país bateu recordes no número de mortes em
24h.
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