Brasil 61- Diversos empresários
de todo o país viram o faturamento de suas empresas despencar de um hora para
outra devido à pandemia do novo coronavírus. Três meses após o alastramento da
doença no Brasil, a Caixa Econômica Federal lançou o Programa Nacional de Apoio
às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), linha de crédito que
tem como objetivo garantir recursos a pequenos negócios e a manutenção dos
empregos.
O banco oferecerá R$ 3 bilhões em capital de giro para as empresas. O
programa está disponível para microempresas com receita anual de até R$ 360 mil
e para microempreendedores que movimentam até R$ 81 mil. Além disso, também
foram contempladas empresas de pequeno porte que faturam por ano até R$ 4,8
milhões. Os interessados no empréstimo terão carência de 28 meses para iniciar
o pagamento da dívida.
A adesão ao Pronampe é feito pelo site do próprio banco. O presidente da
Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, diz que alguns ajustes no programa
estão em desenvolvimento, entre eles a criação de um aplicativo. Ele pede que
os interessados evitem o comparecimento às agências.
“Neste momento de pandemia é eficiente e rápido que o contato seja feito
pelo site. Como falamos, vamos melhorar e operacionalizar via um aplicativo que
está sendo desenvolvido, porém queremos antecipar atendimento para agilizar o
crédito”, aconselha o presidente.
Entre as vantagens da nova modalidade de crédito está o pagamento do empréstimo
em até 36 vezes e taxa de juros de 1,25% mais a taxa Selic, que varia
mensalmente e hoje está em 2,25%. Para empresas com menos de 12 meses de
funcionamento, o limite de contratação do crédito é até 50% do capital social
ou até 30% da média do faturamento mensal calculado desde o início das
atividades. O empreendedor escolhe pela forma mais vantajosa.
Para empresas com mais de um ano de funcionamento, o limite de contratação
corresponde a 30% da receita bruta anual calculada com base no exercício de 2019.
Um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado
do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ) que ouviu 470 empresários do estado mostrou
que 38,7% dos entrevistados têm a intenção de recorrer a empréstimos até o
final de junho. O principal motivo para recorrer ao crédito, segundo os
empresários, se dá principalmente pelo impacto que a Covid-19 trouxe ao
comércio.
O presidente da Fecomércio do Rio
de Janeiro, Antonio Florencio de Queiroz Junior, alega que, por si só,
empréstimos não são capazes de resolver os problemas dos empresários, sobretudo
os microempreendedores, que são os mais afetados pela crise. Além da ajuda
financeira, ele defende ações econômicas mais coordenadas por parte do Poder
Público. “Tem que haver um grande pacto de retomada da economia. Com
flexibilização de medidas, não só de impostos, mas medidas bancárias. Para que
as empresas possam voltar ao mercado, possam comprar mercadorias, obter
créditos junto a seus fornecedores.”
Incerteza.
O gerente geral Alécio Nunes, que administra três lojas de uma rede de
restaurantes do Distrito Federal, afirma que a empresa em que ele trabalha
precisou recorrer a dois empréstimos que somam mais de R$ 130 mil para manter a
folha de pagamento dos funcionários em dia. No DF, bares e restaurantes só
podem abrir para o serviço de entrega. O administrador diz que apenas quando a
reabertura do setor for permitida será possível saber se os empréstimos serão
suficientes para manter a empresa no azul.
“A perspectiva é que, assim que abrir, voltemos a ter o mesmo movimento
que tínhamos e talvez essa demanda até aumente. É impossível dizer se vamos
conseguir nos manter com os empréstimos, até o final do ano, porque tudo
depende de como o comércio vai se comportar.”
Blog: O Povo com a Notícia