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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Mais de 100 PMs são afastados por dia devido ao coronavírus

A PM afastou 104 policiais por dia, em média, entre abril e novembro do ano passado, por causa do coronavírus. Os números obtidos via Lei de Acesso à Informação, mostram que foram 24.741 afastamentos entre 1º de abril e 23 de novembro.

A curva de contaminação na tropa traz junho como destaque negativo, quando a PM chegou a conceder 198 afastamentos por dia, em média (foram 5.941 casos). Vale ressaltar que cada policial afastado pode ficar semanas longe do trabalho. Na prática, é como se três em cada dez (30,1%) integrantes da corporação tivessem ficado fora de serviço por causa da Covid-19 até novembro.

O efetivo é de cerca de 82 mil agentes. O percentual de agentes afastados é maior do que a média em toda a capital paulista. Segundo inquérito sorológico divulgado em outubro, 13,6% dos paulistanos já havia tido contato com o vírus. Nas vezes em que foi questionada sobre o tema, a Secretaria Estadual da Segurança Pública, sob a gestão João Doria (PSDB), apontava percentuais que englobavam as três polícias (também Civil e Técnico-Científica) e dão conta apenas de quantos policiais estão afastados naquele único dia, simultaneamente – não o total ao longo do tempo.

Na última quinta-feira (07), por exemplo, 2,5% estavam fora de serviço. Já foram 52 mortes por causa do coronavírus nas três polícias, mostram os dados oficiais. Com efetivo bem menor que a PM, as polícias Civil e Técnico-Científica tiveram 1.321 afastamentos entre abril e outubro.

Na última semana, por exemplo, que não havia álcool em gel na área de atendimento das delegacias do 15º DP (Itaim Bibi), zona oeste, e 47º DP (Capão Redondo), zona sul. O infectologista Hélio Bacha diz que pessoas que são obrigadas a se expor por causa de seu trabalho também deveriam ser priorizadas na vacinação. Segundo ele, uma eventual contaminação em massa na PM seria algo preocupante. “Pode levar ao colapso um serviço essencial. A vacina é uma forma de proteção”, afirma.

Falta respaldo, afirmam os representantes

Representantes dos policiais reclamam da falta de respaldo. O senador Major Olímpio (PSL) diz que baixos salários obrigam PMs a fazerem o “bico oficial”, aumentando a exposição ao vírus. Segundo Olímpio, só há álcool em gel e máscaras porque empresas privadas têm feito doações.

O senador também critica a falta de apoio para que os PMs façam valer a proibição a aglomerações. “Ele não pode evacuar as ruas e acaba submetido à escala da morte”, afirma. Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), Gustavo Mesquita Galvão Bueno afirma que a Polícia Civil tem déficit de 14 mil profissionais e que, com os afastamentos, a situação piora. Também pede prioridade no momento da vacinação. “A gente está na linha de frente, sem apoio e punidos por medidas legislativas, como a que congelou salários”, diz.

Blog: O Povo com a Notícia