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sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Mesmo sem eficácia contra Covid-19, venda de Ivermectina cresce 466% em 2020

A venda de ivermectina no mercado farmacêutico cresceu 466% em 2020, até novembro, em comparação com o mesmo período do ano anterior. É o que apontam dados obtidos pela Folha de S. Paulo por meio da IQVIA, uma das maiores consultorias de informações sobre saúde.

Sem eficácia comprovada por autoridades sanitárias para a prevenção da Covid-19, o vermífugo é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que sugeriu o uso diversas vezes à população.

Em 2020, a indústria comercializou 42,3 milhões de caixas do remédio, com pico em julho, quando foram vendidas mais de 12 milhões. O medicamento integra o apelidado kit Covid, conjunto de produtos sem comprovação científica contra a doença, que inclui hidroxicloroquina e azitromicina.

A ivermectina foi liberada da retenção de receita em farmácia em setembro e é usada por algumas pessoas numa lógica semelhante à de outros vermífugos: sem sintomas, elas tomam de modo preventivo contra uma eventual contaminação.

Muitos ingerem os comprimidos a cada 15 dias e a indicação oficial é para tratamentos de piolho, sarna e infecções e problemas derivados de vermes. Uma caixa do medicamento genérico com quatro comprimidos custa de R$ 17 a R$ 22.

“Não há estudo que mostre que ivermectina serve para além do tratamento de piolho”, diz Gonzalo Vecina Neto, professor da USP e fundador da Anvisa. Para ele, o remédio gera uma falsa sensação de imunidade ao vírus.

Com aquisição atrelada aos planos de saúde, o consumo de ivermectina dobrou. Segundo dados da Health Tech ePharma, o Sudeste foi a região com maior aumento (120%), respondendo por 72% das compras nacionais de janeiro a novembro de 2020. O Nordeste registrou alta de 104% e representa 10% do total. (Via: Agência Brasil)

Blog: O Povo com a Notícia