O prefeito do Recife, João Campos (PSB), afirmou, nesta quarta-feira (6), que o município está em diálogo com fabricantes de vacinas para tratar da imunização da população da cidade contra a Covid-19. “Se o Ministério [da Saúde] não fizer a distribuição para as cidades brasileiras, o Recife vai comprar a vacina diretamente”, afirmou.
Segundo Campos, uma reunião de um núcleo de gestão,
formado por secretarias de caráter decisório, foi marcada para esta
quarta-feira (6). A imunização é um dos assuntos do encontro, e, de acordo com
o prefeito, a questão é tratada por meio de dois eixos específicos, sendo um
deles o diálogo com o governo federal e o Plano Nacional de
Imunização (PNI).
“Cabe ao Ministério [da Saúde] a aquisição e
distribuição das vacinas. Isso é o normal e é o que é certo. Mas a gente não
pode apenas aguardar que isso aconteça, porque, se o ministério simplesmente
desejar não fazer, eu não vou achar que isso é normal e vou dar início ao plano
próprio”, declarou em entrevista ao Bom Dia Pernambuco desta quarta-feira (6).
O plano, segundo o prefeito, prevê a logística,
infraestrutura e aquisição dos insumos necessários. “O que a gente não pode
aceitar é que o Recife fique sem vacina. A gente está em diálogo com a parte da
logística, da infraestrutura, e também estamos fazendo diálogo com fabricantes
de vacinas”, disse.
Ainda de acordo com o gestor, cerca de 600 mil pessoas
que fazem parte do 1,6 milhão de habitantes são do grupo de risco da doença
transmitida pelo novo coronavírus, e a cidade tem recursos financeiros para
custear o processo de imunização. “Se comparado a outros países ou cidades no
mundo, não é um número tão expressivo. O Recife pode bancar isso”, contou.
“Esse ano vai ser um ano desafiador. Nosso foco total
vai ser a vacina nesse início de ano, para a gente conseguir vacinar a
população e dar um salto para um novo tempo”, afirmou João Campos.
Educação
Ainda em relação à pandemia da
Covid-19, o prefeito do Recife explicou que a gestão realiza a aquisição de
materiais de infraestrutura escolar para possibilitar a retomada das aulas
presenciais com o cumprimento de protocolos de prevenção à doença. Também deve
ser feito um estudo do déficit de aprendizagem dos alunos.
“A gente vai fazer uma medição para medir o déficit de
aprendizagem individualizado. A gente tem que entender o que cada aluno perdeu
durante a pandemia [...] e que cada escola possa construir um plano
individualizado por turma, por aluno, do que vai ser feito para poder suprir
esse déficit”, declarou.
A rede municipal depende de
uma autorização do comitê estadual de combate ao novo coronavírus para fazer a
retomada das atividades presenciais em instituições de ensino.
“A previsão de
volta às aulas pelo calendário normal é em março. Então, o nosso esforço
conjunto vai ser que, até março, toda essa infraestrutura esteja apta para
poder fazer o retorno, que depende da autorização do comitê e de um diálogo com
a rede municipal”, disse.
Creches
A respeito da promessa sobre a duplicação do
número de vagas de creches na cidade, João Campos afirmou que a
prefeitura não consegue cumprir, sozinha, a meta.
“Não é apenas
com a rede própria que a gente vai chegar na duplicação. Nós temos que discutir
outros modelos: a ampliação das creches conveniadas, das creches comunitárias,
pode ser feita a aquisição de vagas em creches privadas e até parcerias
público-privadas”, contou.
“A gente está
criando um grupo de trabalho já agora em janeiro, que está estudando só quais
são as formas de ampliação de vagas em creches, e, possivelmente, a solução vai
ser híbrida. O que é isso? A gente vai expandir a rede pública, expandir as
comunitárias, fazer parcerias com o privado. Temos que expandir, e a gente vai
fazer isso de diversas maneiras”, afirmou.
"Neste
ano, com a pandemia, várias instituições privadas de ensino fecharam, então a
sobrecarga vai ser ainda maior. Isso vai ensejar do nosso time uma
responsabilidade ainda maior”, disse. (Via: G1 PE)
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