Com a repercussão negativa das mudanças nos termos de serviços e na política de privacidade, o WhatsApp decidiu nesta sexta-feira oferecer mais tempo para os usuários concordarem ou não com as novas regras. O prazo, que se encerraria no dia 8 de fevereiro, foi estendido até 15 de maio.
“Ninguém terá sua conta suspensa ou excluída em 8 de fevereiro”, afirmou o WhatsApp, em comunicado, acrescentando que a empresa irá trabalhar para esclarecer “gradualmente” as mudanças nos contratos, para que cada usuário faça a análise “no seu próprio ritmo”.
Segundo a companhia, a atualização dos documentos se faz necessária para que o aplicativo possa oferecer novas ferramentas para contas comerciais. Para isso, foram incluídos na política de privacidade itens que tratam, por exemplo, de compras e transações financeiras na plataforma.
No comunicado desta sexta-feira, a empresa reforça que “nada mudou”, e que a atualização “não expande nossa capacidade de compartilhar dados com o Facebook”.
De fato, uma comparação detalhada entre a versão atualizada e a precedente não mostra mudanças significativas nos dados coletados dos usuários, nem nas regras de compartilhamento com empresas do Facebook. Isso já acontecia.
O que chamou a atenção nesta atualização é que o compartilhamento se tornou compulsório. A versão anterior permitia que usuários optassem por não compartilhar informações com o Facebook, mas era necessário sinalizar a opção num prazo de 30 dias. Então, na prática, a maioria das pessoas já tem seus dados compartilhados, já que são poucas as que se atentam a ler as atualizações dos contratos.
Mesmo assim, a repercussão foi grande e o adiamento da entrada em vigor dos novos termos mostra que a companhia sentiu o golpe. Dois aplicativos rivais, Signal e Telegram, subiram para o topo da lista de downloads nas lojas do Google e da Apple.
A corrida para aplicativos rivais começou após o bilionário Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, recomendar aos seus mais de 40 milhões de seguidores no Twitter a migração para o Signal. A procura foi tanta que a fundação que mantém o aplicativo foi forçada a contratar mais funcionários para lidar com a alta na demanda. No Telegram, em apenas três dias 25 milhões de novos usuários se registraram no aplicativo.
Blog: O Povo com a Notícia