Um adolescente, de 13 anos, foi alvo de uma ação policial após torturar animais durante transmissão ao vivo, feita pela internet, em Água Clara, no Mato Grosso do Sul, nesta segunda-feira (19). No vídeo, o adolescente coloca o papagaio dentro de uma churrasqueira, não há informação se o equipamento estava aceso. Além disso, ele também coloca o pênis na boca de um cachorro. Os dois animais foram resgatados pela polícia.
A polícia chegou até a casa do adolescente após uma denúncia feita nas redes sociais da ativista pelos animais, Luisa Mell. Em nota, o delegado do caso, Felipe Madeira, disse que ao chegar na residência do adolescente, o menino tentou se esconder nos fundos da casa, e no momento que questionaram a mãe do menino sobre o fato, a mesma ficou "abismada com o vídeo".
"O adolescente tentou se esconder, sabia que estava devendo, conversamos com a mãe e ela não sabia porque estávamos lá. Mostramos o vídeo para ela e ficou bem abalada", explicou o delegado.
O delegado explicou que o adolescente não responderá por nenhum ato de infração. "A lei exige situações específicas para apreensão de menor infrator e esta não se encaixa em nenhuma delas. Em princípio os pais não vão responder pelo crime também", disse Madeira.
Segundo a autoridade policial, o menino integrava uma organização de maus-tratos aos animais. "Nós tomamos consciência que era uma coisa maior daquilo que imaginávamos", disse Madeira ao ser questionado sobre o vídeo dos maus-tratos divulgado em uma transmissão ao vivo, pela internet.
De acordo com o delegado, após depoimento do adolescente, descobriram que a transmissão dos maus-tratos era feita em um grupo de pessoas, composto de forma hierárquica e "que a prática dos atos possibilitava obter cargos de maior importância no grupo", destaca a nota das polícias.
"Na verdade, é um grupo de adolescentes, que pela internet, praticam vários atos de maus tratos. Eles faziam isso como forma de se afirmar nesse grupo e subir de cargo, é uma coisa muito espúria", afirmou Madeira.
Em depoimento, o adolescente disse que as instruções para os maus-tratos eram dadas pelos líderes do grupo, que já ocupavam cargos mais altos. "Um dos membros, inclusive, havia matado um gato a pauladas recentemente e filmado a cena, vídeo ao qual o adolescente teve acesso antes de ingressar no grupo", complementou.
O delegado disse que foram apreendidos um aparelho celular e um computador do adolescente, que confessou os atos infracionais.
A polícia informou que no depoimento do menino ele "recebia instruções de outras pessoas em grupos de chat voltados para este tipo de prática, e então as seguia. O conduzido afirmou, ainda, que havia praticado a mesma conduta outras duas vezes, sendo que nessas balançava o papagaio e o fazia cair no chão", finalizou o delegado.