A Polícia Federal indiciou o delegado geral da Polícia Civil de Alagoas, Paulo Cerqueira, como autor intelectual na morte do advogado Nudson Harley no bairro de Mangabeiras (Maceió), em (03/07/2009), assassinado por engano. Segundo a PF, quem deveria morrer era o juiz Marcelo Tadeu, hoje aposentado.
O indiciamento foi em 12 de
março.
O
blog Reporter Nordeste aguarda a posição do delegado Geral da PC.
Segundo
apontam as investigações, Antônio Wendel Guarnieri, um dos autores materiais do
crime, afirmou que Paulo Cerqueira o contratou para executar o juiz Tadeu. A
negociação foi intermediada pelo policial militar Natan Simão.
As
investigações dizem que a versão de Antônio Wendel é corroborada por outros
indícios contidos nos autos.
A
Polícia Civil alagoana nunca considerou a hipótese de que o advogado foi morto
no lugar do juiz. O inquérito, aliás, foi presidido por Paulo Cerqueira, que
avocou as investigações para ele mesmo, sem motivos claros.
Diz
a PF que, após avocar o inquérito, Paulo Cerqueira passa a desvirtuar as
investigações, de propósito.
Os
federais apuraram que Paulo Cerqueira pagou as despesas de Wendel Guarnieri com
recursos próprios. Inclusive hospedagem, uma semana antes do crime, além de
fornecer ao pistoleiro um telefone celular.
A
arma usada no crime era de uso exclusivo da polícia alagoana.
Wendel
era alvo de interceptação telefônica pela DEIC. As escutas começaram em (19/06/2009), quando Wendel foi desligado do Programa de Proteção a Testemunhas,
o Provita.
Paulo
Cerqueira era chefe da DEIC e os agentes que monitoravam Wendel eram
subordinados ao hoje delegado geral da PC.
Diz
a PF que Paulo Cerqueira era informado sobre o conteúdo dos principais
diáĺogos. Um deles era entre Wendel e Valdir Pitbull, dias antes do assassinato
de Nudson.
Wendel
disse que iria dirigir a moto usada no crime; Pitbull atiraria.
Chamou
a atenção da PF que extratos telefônicos deixaram de serem inclusos nas
investigações. Neste caso, os contatos de Paulo Cerqueira ou sua equipe com
Wendel Guarnieri. Segundo os federais, estas conversas foram retiradas ou
sonegadas dos autos.
Dizem
as investigações que Paulo Cerqueira mantinha Wendel Guarnieri sob contato e
vigilância, por monitoramento telefônico, dias antes da morte de Nudson Harley.
E
na véspera do crime, Wendel Guarnieri trocou o chip do telefone.
Na
época ouvido pelo crime, Wendel e sua namorada, na época, confirmaram que Paulo
Cerqueira e sua equipe deram orientação para trocar o chip do telefone.
Pouco tempo depois de trocar o chip, recebeu ligação telefônica de um número que era usado por Paulo Cerqueira. A conversa durou 1 minuto e 44 segundos. O conteúdo não foi anexado aos autos das investigações da Polícia Civil alagoana.
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