A Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), tentou intimar o estudante de medicina Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira. No entanto, o jovem de 22 anos não foi localizado.
Marcos é acusado de estuprar pelo menos 7 crianças. Em uma
conversa no WhatsApp divulgada pela mãe de uma das vítimas, o jovem admite os
crimes mas se diz ‘arrependido’ (imagens abaixo).
Duas das vítimas são irmãs do acusado e outras duas são
primas dele. De acordo com as denúncias, a vítima mais nova tem apenas 3 anos
de idade. Desde a descoberta, as mães das crianças cobram por Justiça nas redes
sociais.
Os casos foram descobertos após a madrasta do estudante desconfiar que
a filha mais velha havia sido abusada. A mulher contou que o comportamento da
filha dava indícios de que ela havia sofrido abuso e, após ser questionada, a
menina disse que uma prima sabia o que havia acontecido.
“Perguntei para minha sobrinha
e ela disse que ele havia estuprado ela e minha filha. Ela não aguentava mais e
desabafou. Começamos a investigar e descobrimos que ele abusou de pelo menos
cinco outras crianças”, afirmou a mãe da menina e madrasta de Marcos, que
procurou a polícia e denunciou o enteado.
“Quando ela [primeira vítima] conseguiu contar, outras
crianças da família também conseguiram. Foi um baque, a família toda desabou”.
Uma das vítimas contou que o primeiro abuso aconteceu quando
ela tinha cinco anos e o acusado 15. “Foi em uma viagem em família para o
Uruguai, que ele se trancou com ela no quarto do hotel. Ele continuou abusando
dela por mais cinco anos”, disse a mãe da vítima.
Segundo a denúncia, a vítima
foi abusada até os 10 anos e os atos pararam há cerca de dois anos, quando o
rapaz se mudou para a Manaus, onde cursa medicina em uma faculdade particular.
“Não consegui me conter, disse: ‘a gente tem que fazer alguma
coisa, ele está vivendo a vida dele normal’. Ele estava indo para a faculdade,
sem sofrer nenhuma penalização. As pessoas também precisavam saber quem ele é,
que ele é um monstro que roubou a inocência de várias crianças”, declarou.
Marcos entrou para a família
aos 8 anos de idade, quando o pai dele se casou com a mãe de uma das vítimas.
Polícia demorou para agir
Mesmo após as denúncias na DPCA e nas redes sociais, o caso
reverberou timidamente na mídia local e as mães das vítimas consideram que as
autoridades demoraram para agir. Polícia Civil e Ministério Público não pediram
a prisão preventiva do acusado e agora a suspeita é de que ele tenha fugido do
país.
“A gente quer a prisão
preventiva, porque a gente teme que ele fuja. Ele tem condições financeiras,
visto para os Estados Unidos e a mãe dele morou muitos anos em Portugal”, desabafa
uma das mães.
Após dias de repercussão na imprensa, a Polícia tentou
localizar Marcos em seu endereço em Manaus (AM) e na residência da mãe em
Teresina, mas o estudante não foi encontrado.
A irmã mais nova do estudante, de 3 anos, foi ouvida por psicólogas
e assistentes sociais da DPCA. Depois de um trabalho delicado da equipe
multidisciplinar, a menina contou o que o irmão fazia com ela. O Pragmatismo teve acesso ao material
chocante, que não será divulgado por respeito às vítimas e à Justiça.
A outra irmã de Marcos também já foi ouvida pela Justiça, assim como as
duas primas — filhas da irmã da madrasta do estudante. Abusadas durante vários
anos, algumas das vítimas foram diagnosticadas com quadro de depressão e tomam
medicamentos fortíssimos.
Depois das primeiras denúncias
nas redes sociais, Marcos havia entrado com uma ação de indenização por danos
morais pedindo o valor de R$ 20 mil para a mãe de uma das vítimas, além da
retirada das postagens sobre ele na internet. A Justiça negou o pedido.
(abaixo, print de uma conversa com o acusado no WhatsApp onde ele admite um dos abusos e pede perdão à família)
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