A Operação Loki, deflagrada nesta quinta-feira (21) em Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Paraíba, resultou na prisão de 12 suspeitos de fraudes de concursos públicos do estado alagoano. Em entrevista coletiva, a Polícia Civil revelou que não há comprovação do vazamento de gabaritos e que as fraudes aconteciam por meio de pontos eletrônicos e mensagens de texto.
"Não houve nenhum elemento que comprovasse
vazamento do gabarito pela comissão organizadora do concurso [Cebraspe]. O
modus operandi [da organização criminosa] era ponto eletrônico e repasse de SMS
para aparelhos selecionados", disse o delegado Gustavo Xavier.
Vídeo:
Quantidade de
presos por estado:
Alagoas - 2 presos
Paraíba - 2 presos
Sergipe - 2 presos
Pernambuco - 6 presos
Entre os presos está o ex-policial militar
alagoano apontado como chefe da organização criminosa, Flávio
Luciano Borges Nascimento.
Os policiais foram às ruas para cumprir 83 mandados
expedidos pela Justiça alagoana. A ação apreendeu R$ 129 mil em
espécie, pontos eletrônicos, celulares e 11 relógios digitais.
A investigação foi realizada pela Secretaria de
Segurança Pública e Polícia Civil de Alagoas, por meio de comissão formada
pelos delegados Gustavo Xavier, Cayo Rodrigues e José Carlos dos Santos. De
acordo com a investigação, os três concursos fraudados pela
organização criminosa foram os da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo
de Bombeiros.
O delegado Gustavo Xavier disse que o caso começou a ser apurado depois
que cinco candidatos foram presos em flagrante em Pernambuco no dia 29 de
agosto, durante aplicação das provas do concurso da Polícia
Civil. Essas pessoas utilizavam ponto eletrônico.
Segundo o delegado, não foi comprovado vazamento de gabaritos pelo
Cebraspe, inclusive, no caso do homem preso em Maceió que não têm o ensino fundamental completo, mas foi
aprovado no certame da PM-AL.
"Um dos presos aprovados no
concurso da Polícia Militar, que alegou em depoimento que teria comprado e
recebido o gabarito de forma prévia, isso, até o presente momento, é uma
inverdade. Os dois modus operandi confirmados pela Polícia Civil de Alagoas são
SMS e ponto eletrônico", disse o delegado.
O delegado Cayo Rodrigues contou que integrantes da organização
criminosa se inscreviam nos concursos, pegavam as provas e saíam da sala.
Outro grupo respondia as questões e passava as respostas corretas para os
candidatos que pagaram pela aprovação.
"O modo de agir do grupo consistia em introduzir pessoas dentro das
salas, aparentemente com o objetivo de prestar o certame, mas, na verdade, a
finalidade era conseguir por algum meio fazer com que essa prova saísse
rapidamente, seja por meio físico ou por meio digital, e havia um grupo
especializado em rapidamente realizar a correção das questões. E os candidatos,
de posse desses instrumentos, recebiam as respostas e efetivavam as
marcações", explicou.
O chefe da organização criminosa, o ex-policial militar Flávio Luciano
Borges Nascimento, já foi preso em 2017, na Paraíba, por comandar esquema de
fraudes de concursos públicos. Ele foi solto e voltou a cometer os mesmo
crimes, até ser preso nesta quinta-feira (21) em João Pessoa.
Flávio Borges foi expulso da Polícia Militar de Alagoas há uma semana.
Segundo a PM-AL, ele cometeu o crime de deserção em 2019.
Números da operação Loki
83 mandados (sendo 17 de prisão e os outros de
busca e apreensão)
12 prisões preventivas
5 pessoas foragidas
apreensão de R$ 129 mil em espécie
apreensão de 11 relógios digitais
69 pessoas investigadas
4 estados
quase 50 delegados de polícia envolvidos (Clique aqui e leia a matéria na íntegra do G1 AL)
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