O governo federal anunciou a retomada das obras do projeto Marrecas-Jenipapo, que deve dar a famílias do interior do Piauí a infraestrutura de irrigação necessária para plantações em um espaço de mil hectares, em São João do Piauí.
O ministro do
Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o presidente da Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), Marcelo
Moreira, assinaram a ordem de serviço para a retomada das obras, nesta
segunda-feira (25), em Parnaíba (PI).
O
Marrecas-Jenipapo receberá um total de R$ 13,7 milhões em investimentos do
governo federal, por meio da Codevasf.
Marinho disse
que o governo Jair Bolsonaro tem sido “acusado” de inaugurar obras iniciadas em
gestões anteriores. Em seu discurso, o ministro defendeu a continuidade de
projetos no país, independentemente de quem tenha começado: “O Brasil sempre
foi cemitério de obras inacabadas. Este governo respeita quem paga impostos”.
As
intervenções do Marrecas-Jenipapo começaram durante o governo de Dilma Rousseff
(PT) em 2013 e sofreram sucessivas paralisações ao longo dos anos. A última vez
que a obra parou foi em dezembro de 2019, já na gestão de Jair Bolsonaro (sem
partido).
O presidente
da Codevasf disse que o contrato foi descontinuado, o que ocasionou diversos
reajustes desde 2013.
“Quando
chegamos, em 2019, o contrato estava desequilibrado e insustentável. Decidimos
encerrar e fazer uma nova licitação”, assinalou. A previsão é de que as obras
sejam concluídas até o fim de 2022, de acordo com Marcelo Moreira.
A água que
abastecerá o cultivo em lotes familiares no Marrecas-Jenipapo sai do Rio Piauí,
a partir da Barragem Jenipapo. Nesta etapa final do projeto, serão selecionadas
200 famílias, que terão acesso a lotes de cinco hectares cada.
No total, 13
cidades serão beneficiadas. Segundo o MDR, a previsão é que sejam gerados 2,5
mil empregos diretos e indiretos.
O Projeto
Marrecas-Jenipapo recebeu R$ 59,8 milhões em investimentos da União e está 85%
concluído. Atualmente, 256 famílias integram o programa de assentamento aliado
ao desenvolvimento econômico e sustentável.
Esses
beneficiários estão em uma área irrigada de 154 hectares, que tem produção de
2,3 mil toneladas de alimentos por ano, segundo a Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado do Piauí (Emater-PI). Entre os cultivos na
região, estão milho, macaxeira, melancia, goiaba, uva e mamão.
Plano de ação estratégica
Durante a
manhã, Marinho anunciou a elaboração de um plano de ação estratégica para o
desenvolvimento das bacias hidrográficas dos rios São Francisco e Parnaíba e da
área de influência da Transposição do Rio São Francisco.
Esse estudo,
que envolve 2,4 mil municípios nordestinos, deve apresentar as potencialidades
econômicas que possam contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas
de desenvolvimento regional.
Depois de
pronto, o plano de ação também deve servir para captação de recursos. A
previsão é que o estudo seja concluído até o início de 2022.
“Há séculos,
o Rio Parnaíba necessita de um planejamento integrado visando fazer com que
prefeitos possam ter uma carteira de propostas para alavancar o desenvolvimento
de suas cidades”, disse o diretor de Planejamento da Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Raimundo Gomes de Matos. O investimento
da Sudene é de R$ 893 mil.
Nesta
segunda, o ministro e o presidente da Codevasf assinaram termo de execução para
revitalização do Rio da Colônia do Gurgueia. Em 12 meses, a obra deve recuperar
encostas, matas ciliares e remoção de uma estrutura que há anos impacta o fluxo
natural do rio e gera degradação ambiental. Segundo o ministério, a obra vai
beneficiar 6,5 mil pessoas diretamente e 10 mil indiretamente.
Marcolândia
Rogério
Marinho também assinou o contrato de elaboração do projeto executivo para a
construção da Adutora de Marcolândia, no Piauí, no valor de R$ 668 mil. A obra
toda terá custo de R$ 13 milhões e será executada por meio da Codevasf.
O objetivo da
infraestrutura é garantir segurança hídrica para o município e melhorar a qualidade
de vida dos 9 mil habitantes da cidade do Piauí, segundo o MDR. O ministério
destacou que a adutora também deve levar à redução da mortalidade infantil e de
doenças transmitidas pela água.
Marinho e a
comitiva visitaram a Rota de Integração de Apoio à Apicultura e à Piscicultura.
No local, pequenos produtores apoiados pela Codevasf e pelo Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) expuseram seus produtos.
“Quando
falamos em rotas, falamos em desenvolvimento sustentável. São pessoas que
precisam conviver com o clima que é nosso e que não vamos mudar nem
combatê-lo”, disse.
Jornada das Águas
Os eventos
desta segunda-feira ocorreram durante a Jornada das Águas, iniciativa do
Ministério do Desenvolvimento Regional que percorre 10 estados brasileiros com
medidas relacionadas à melhoria do abastecimento hídrico em cidades com
escassez de água e de desenvolvimento econômico e social.
A Jornada das
Águas começou em Minas Gerais, na nascente histórica do Rio São Francisco. Na
ocasião, Marinho assinou o segundo edital de chamamento para projetos de
proteção e revitalização de nascentes, córregos e matas ciliares nas bacias
hidrográficas do país.
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