Criminosos que chegaram a um nível de organização capaz de realizar ataques violentos, sempre explodindo caixas eletrônicos e levando milhares de reais, foram alvo de uma intensa investigação conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal nos últimos seis anos. Com hierarquia definida e arsenal bélico de guerra, os bandos acabaram desmantelados devido a uma série de operações policiais.
Os casos mais graves envolvem a quadrilha responsável pelas
cinco maiores explosões de equipamentos em um período de 12 meses na capital,
incluindo as ações ocorridas no prédio anexo ao Palácio do Buriti, no Shopping Pier 21, no
Centro Comercial Gilberto Salomão, na Associação
dos Servidores do Senado Federal (Assefe) e no hotel Golden Tulip, próximo ao Palácio da Alvorada,
residência oficial da Presidência da República. Todas as investidas ocorreram
entre 2019 e o ano passado.
Mapeamento
produzido pela Divisão de Análise Técnica e Estatística (Date) analisou todos
os casos registrados no DF entre 2015 e 2021. De 1º de janeiro de 2015 a 31 de
agosto de 2021, foram 79 ocorrências de roubo em caixa eletrônico e 22 a banco,
sendo quatro na modalidade tentada.
Veja imagens das ações criminosas:
R$ 1 milhão
O período mais crítico com incidência
desses crimes ocorreu no ano de 2015, com 37 registros de roubos a caixas
eletrônicos e nove ocorrências a bancos, respectivamente. “Mas é preciso
destacar que, de 2015 para 2020, houve uma redução de quase 90% nesses
delitos”, afirmou o coordenador da Corpatri, delegado André Leite.
As
apurações conduzidas pela DRF intensificaram-se depois da ação audaciosa no
hotel de luxo Golden Tulip Brasília
Alvorada, localizado no Setor Hoteleiro Norte, em 28 de março deste
ano, de onde aproximadamente R$ 470 mil foram levados. Estima-se que o grupo
tenha faturado perto de R$ 1 milhão somando todos os ataques.
Na ocasião,
quatro bandidos explodiram três equipamentos. Os assaltantes estavam fortemente
armados e renderam os funcionários do hotel, conhecido por hospedar
empresários, artistas e autoridades que visitam a capital do país. “À época, a
apuração do ataque ao Royal Tulip marcou o retorno das investigações de explosões
de caixas eletrônicos para a DRF, que também acabou elucidando os ataques ao
Anexo do Buriti, Píer 21, Gilberto Salomão e Clube Apcef”, lembrou o diretor da
DRF, delegado Fernando Cocito.
Dia, hora e local
O
levantamento aponta, ainda, que 70% das ocorrências relacionadas à explosão de
caixas eletrônicos tiveram como cenário as regiões administrativas de
Samambaia, asas Sul e Norte, Ceilândia, Taguatinga, Setor de Indústria e
Abastecimento (SIA) e Recanto das Emas.
Já os roubos a bancos concentraram 45% dos BOs nas
cidades de Samambaia, Taguatinga e Recanto das Emas e Plano Piloto.
Em relação ao
dia da semana e faixa horária dos delitos, a análise criminal aponta que tais
modalidades ocorrem em qualquer dia da semana e, quase sempre, entre 0h e
05h59. O estudo ressalta que 22,7% das investidas contra os caixas eletrônicos
foram às terças-feiras. Quanto ao roubo a banco, 40% se concentraram entre
segunda a quinta-feira, das 12h às 18h59, justamente no período de funcionamento
das agências bancárias. (Via: Metrópoles)
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