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sábado, 9 de julho de 2022

Cearense se torna campeã de fisiculturismo nos EUA


A cearense Priscilla Lynd, de 36 anos, se tornou campeã overall nos Estados Unidos, categoria mais famosa do fisiculturismo (ou bodybuilding, em inglês). A fisioterapeuta e fisiculturista, agora atleta profissional, natural de Fortaleza, sempre gostou de esportes, mas somente há cerca de um ano decidiu começar a competir nas categorias amadoras e desde então não parou mais.

Mãe de uma menina de 3 anos, fruto do casamento com um americano, a brasileira falou ao g1 sobre a rotina de treinos, a dieta, os desafios e a preparação para os próximos torneios.

"Aos 15 anos me mudei para os Estados Unidos e já na escola eu jogava vôlei, futebol, praticava corrida. Aos 18 anos eu entrei para a academia e também fiz crossfit por cerca de nove anos, fiquei grávida, parei por um tempo, até que perto de completar 35 anos decidi pelo fisiculturismo", relata.

Já a categoria Wellness, que recentemente chegou aos EUA, é mais comum no Brasil. Na modalidade são avaliadas as atletas que têm coxas e glúteos volumosos, conservam o corpo feminino e exibem pouco percentual de gordura.
Arquivo pessoal
Priscilla Lynd durante apresentação em torneio realizado em Nova York (EUA) — Foto: Arquivo pessoal

Em junho deste ano, a atleta participou do NPC Juniors Nacional e conseguiu o Pro Card ao ficar em terceiro lugar. O Pro Card é um documento que permite ao atleta competir em torneios profissionais da modalidade. Foi a partir dessa conquista que a fisiculturista conseguiu a mais recente e importante conquista.

"Acabei de ganhar o Master and Open Overall no NPC Universe em Nova York, onde conquistei meu IFBB Pro Card e agora posso competir em ligas profissionais do mundo. Em agosto estarei em Tampa, na Flórida, em um torneio nacional que pode me qualificar para o Olimpya, torneio mais importante do ano, que é como uma final de copa do mundo do fisiculturismo a ser realizado em dezembro em Las Vegas", comemora.

Dieta, treinos e foco

Arquivo Pessoal
A fisiculturista e seu treinador norte-americano, Clay Parker. — Foto: Arquivo pessoal


A preparação para se apresentar nas competições exige tempo, dedicação aos treinos e uma alimentação regrada pela disciplina além do alto valor investido em suplementação, personal trainner e despesas com viagens e hospedagens. Priscilla diz que chega a passar horas na academia durante quase todo o dia.

"Eu tenho um treinador que me acompanha, me dá o protocolo, faz meu treino baseado na minha dieta. Como de três em três horas. Treino seis vezes por semana. Pela manhã tenho o 'cárdio' em jejum, um pouco mais tarde vem o treino na academia. Cada treino dura em média de uma hora e meia a duas horas. Ainda tenho que cuidar da minha filha de três anos e devido a essa correria durmo cerca de seis horas por dia, não é fácil", comenta.

A intensidade, contudo, não dura o ano todo. A cearense explica que quando não está se preparando para competir aproveita as temporadas livres para curtir a família e beliscar algum doce, mesmo assim, evitando os exageros.

"Esse corpo que você vê no palco é para aquele dia de competição, não o tempo todo, não é saudável. Tenho duas a três refeições livres por semana, sigo o plano mesmo nas temporadas livres, isso inclui hambúrger, batata frita, sushi, uns dois pedaços de pizza, um pedaço de berinjela com adoçante para passar a vontade de comer doce, mas tudo regulado", diz sorrindo.

Desafios
Arquivo pessoal
Rotina de treino e dieta de Priscilla resultou em mudanças no corpo para competir como atleta de fisiculturismo nos EUA 


Manter uma vida disciplinada também tem seus obstáculos, que vão desde a dificuldade para conseguir patrocínio, passando pela luta psicológica consigo mesmo, à perda de amigos. Esses são apenas alguns dos desafios a serem enfrentados por quem planeja fazer parte do seleto grupo de fisiculturistas, segundo a atleta.

"Quando comecei, eu queria estar no topo e não é assim. Demora. Precisa de dedicação para crescer e isso não acontece do dia para a noite. Você trava uma luta interna. É um esporte solitário. É você tendo que se comparar consigo mesmo o tempo todo. É você contra você para se superar a cada dia. Até o círculo de amizades muda. É preciso deixar muita coisa de lado, é preciso saber se é isso mesmo que você quer e saber que exige muito investimento", aconselha.

Prestes a subir no palco de um torneio nacional já como atleta profissional, tudo o que Priscilla mais deseja é ficar pelo menos no top 5 e garantir presença no Olympia no fim do ano. Para isso além do ritmo de treinos não pode faltar nunca o otimismo e a força de vontade.

"O meu objetivo agora é qualificar pro Olympia. Vou fazer o meu primeiro show profissional e estou competindo com pessoas que já estão há muito tempo na luta e pretendo ficar no top 5 em outras apresentações que vão acontecer em setembro. Se não der esse ano, farei temporada livre para voltar ainda mais forte e preparada na próxima temporada, em 2023", finaliza.

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