O marido de uma segunda vítima do anestesista Giovanni Quintella prestou depoimento na Deam de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, nessa segunda-feira (11/07) após saber da prisão do médico flagrado em um vídeo estuprando uma grávida durante o parto.
O homem, que preferiu não ser identificado, procurou a Polícia Civil com a esposa após atitudes suspeitas do médico durante o parto dos filhos gêmeos na última quarta-feira, dia 6 de julho.
“O anestesista me mandou sair na metade do parto. Minha esposa já tinha dormido e eu não tinha visto nem a criança nascer”, disse o marido da vítima.
A mulher acabou perdendo um dos bebês durante a cirurgia. O homem disse que o parto de um foi normal e o de outro, por conta da ausência de uma ultrassonografia para identificar a posição da criança, acabou sendo cesárea. Ele lembra que a esposa dormiu por muitas horas devido a anestesia.
“Depois de três horas fui perguntar sobre a minha esposa e ela continuava dormindo. Depois ela me explicou que não é normal dormir assim durante a cesárea”, explica.
Com a repercussão do caso, a mãe da vítima lembrou também que a mulher voltou da sala de parto muito sonolenta e com uma sujeira no rosto e pescoço. Ela estava com umas casquinhas brancas e a pele estava colando:
“Tomei um susto quando vi a cara dele no jornal. No domingo de manhã, quando fui visitar meu filho, encontrei com ele no hospital. Ele chegou até a me orientar a colocar o hospital na Justiça, devido a morte do meu filho na cesárea. Sinto muita raiva com tudo isso. A gente está ali confiando nos médicos e acabam fazendo uma coisa dessas”, disse o marido da vítima.
Atitudes suspeitas
O crime aconteceu no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, no último domingo (10/7). Em um vídeo registrado pela equipe de enfermagem, Giovanni Quintella aparece colocando o pênis na boca de uma paciente paciente sedada, que estava dando à luz a uma criança.
O crime dura cerca de 10 minutos e, ao final, o médico pega um papel para limpar a boca da vítima. Ele foi preso na madrugada desta segunda-feira (11/7). Veja:
No domingo (10/7), Giovanni estava na terceira cirurgia com a mesma equipe quando foi flagrado pela equipe de enfermagem, que armou o flagrante.
A equipe mudou a sala de cirurgia para que o parto acontecesse no local onde o celular estaria gravando, dentro de um armário com vidro escuro, na posição onde o anestesista ficaria.
Há cerca de um mês a equipe de enfermagem já tinha notado atitudes fora do padrão de Giovanni. Uma delas era tentar dificultar a visão dos outros médicos durante a cirurgia, com um pano. A sedação em excesso e a movimentação suspeita durante a cirurgia também levaram colegas de trabalho a desconfiar do profissional.