O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, revelou, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, que o número de ocupações realizadas pelo agrupamento vai aumentar este ano.
De acordo com Stedile, as “dificuldades” do MST farão com que as invasões aumentem ainda mais. “Se o governo não toma a iniciativa, a crise capitalista continua se aprofundando”, declarou. “O ser humano não é igual ao sapo, que o boi pisa, e ele morre sem dizer nada. Vai haver muito mais luta social”.
Em 2023, durante o primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram registradas 71 ocupações do MST, maior que os 62 registrados durante todo o governo de Jair Bolsonaro (PL), que adotou medidas para dificultar a atuação do agrupamento.
Ao longo desse período, o MST passou a adotar outras práticas para manter suas atividades, como a venda de objetos ligados ao movimento, como bonés e camisetas, em lojas físicas chamadas de Armazém do Campo.
Apesar disso, Stedile disse que a estratégia de ocupar de terras será retomada. “A pressão nos governantes deve ser constante. Não há, na história da reforma agrária do mundo, nenhum processo de correção das distorções fundiárias sem que a população se mobilize. Em nenhum país do mundo o governo resolveu: Ah, onde é que tem sem-terra? Vou dar terra para vocês’”, declarou Stedile à Folha.
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