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quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Religioso batizado de “João de Deus” é preso: "Pênis na mão e óleo na vagina"; Vítimas do crime já chega a 14

O líder espiritual Jessey Maldonado Monteiro, de 49 anos, é acusado de praticar abusos sexuais durante atendimento. As sessões aconteciam na cidade de Socorro, no interior de São Paulo, e o número de mulheres vítimas do crime já chega a 14.

Segundo as vítimas, há informações de que o líder espiritual oferecia um copo d’água “essencial”, aplicava uma grande quantidade de óleo nas partes íntimas delas e encostava o pênis nas mãos das mulheres. Monteiro foi preso na última segunda-feira (15). Na sua residência foram apreendidos brinquedos sexuais, seringas, câmeras, remédios e duas armas de fogo — sendo uma delas ilegal.

De acordo com a delegada Leise Silva, responsável pelo caso, foram identificadas pelo menos outras 15 vítimas, que ainda não compareceram formalmente à delegacia. A polícia batizou a operação de “João de Deus Socorrense”, em alusão ao líder religioso condenado a quase 500 anos por abusos cometidos contra mulheres que frequentavam seu templo espiritual em Abadiânia (GO).

Além de atuar como líder espiritual, Jessey era chefe do setor de radiologia da Santa Casa de Socorro. Há indícios de que pacientes do hospital também foram vítimas do suspeito.

A advogada Jéssica Toledo, que representa algumas das vítimas, contou parte dos relatos das mulheres. Segundo ela, entre as vítimas há uma menor de idade, que afirma ter sido abusada durante um exame de radiografia do pulmão, quando tinha apenas 15 anos.

A maioria dos casos de abuso acontecia dentro do centro de umbanda. Segundo as investigações, Jessey tinha a ajuda de uma mãe de santo, que indicava os serviços dele para pacientes que considerava mais frágeis. 

As sessões tinham duração de duas horas. O suspeito de cometer o crime pedia para as vítimas tirarem o sutiã porque “precisava fazer massagem na região do peito”. “Elas até sentiam dores excessivas, ele apertava muito os peitos delas”, contou a advogada.

“Elas relatam que ele posicionava as mãos delas de um jeito que ele pudesse encostar o pênis durante a massagem”, afirmou a advogada.

O advogado Ricardo Rafael, que representa o líder religioso, informou que não se manifestará sobre o caso, “uma vez que os autos se encontram em segredo de Justiça” e que “no momento oportuno demonstrará toda a improcedência acusatória”.

“A respeito da prisão preventiva decretada, a defesa informa que respeita a decisão, mas irá recorrer, pois os argumentos utilizados não encontram respaldo legal, onde a presunção da inocência deve prevalecer. Sua decretação é uma afronta aos princípios basilares do Estado Democrático de Direito, regras que regem o processo penal brasileiro”, conclui a defesa. As informações são do portal Metrópoles. 

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