O Brasil está a um passo de se tornar pioneiro na fabricação de drones equipados com fuzis e metralhadoras calibre .50. Nomeado de "soldado-voador", o equipamento será produzido pela empresa Taurus, fabricante de armas de fogo sediada no Rio Grande do Sul.
Em entrevista ao BNEWS, o CEO global da Taurus, Salesio Nuhs, detalhou o andamento do projeto, as funcionalidades do armamento e a previsão para o início da produção. Segundo ele, um dos trâmites já realizados foi a assinatura de um Memorando de Entendimentos (MoU) com a empresa Mertsav Savunma, localizada na Turquia e atuante na área de defesa do país.
De acordo com Salesio, a assinatura do documento — que formaliza um acordo preliminar entre as partes — visa possibilitar uma futura aquisição do controle societário da Mertsav.
“Essa assinatura é para avaliar a possível compra dessa empresa, que tem mais de 20 anos. Isso faz parte da estratégia da Taurus de entrar no mercado de armas militares, ou seja, no segmento de defesa mundial”, explicou.
Sobre a produção do soldado-voador, o CEO da Taurus afirmou que o equipamento contará com funcionamento inteligente: “Estamos desenvolvendo um drone equipado com armas de infantaria, para facilitar o trabalho das polícias e das forças terrestres. Nosso Centro Integrado de Tecnologia e Engenharia, com mais de 200 engenheiros, está adaptando o uso da arma ao drone. O sistema de tiro é a inteligência do projeto, porque o drone e a arma já são produzidos. O pioneirismo está justamente na junção desses dois elementos”, disse.
A arma será acoplada ao drone, que terá um ou dois operadores. “Ele pode localizar um alvo com base em imagem fornecida pelo operador. Se você mostrar uma face ou objeto, o drone buscará automaticamente esse alvo. Essa tecnologia já está no software”, revelou Salesio.
Na última semana, um protótipo foi exibido na 15ª edição da Laad Defence & Security 2025, maior feira internacional de Segurança e Defesa da América Latina, no Rio de Janeiro. Entretanto, ainda são necessários trâmites legais para que a produção comece.
“Já estamos operando em termos de aplicação, mas como é algo pioneiro, não há legislação específica. Estamos em contato com os órgãos de regulamentação. Tanto a arma quanto o drone são homologados individualmente, mas queremos a confirmação de que essa junção não precisa de nova homologação. Acreditamos que isso será resolvido nos próximos dias.”
Segundo Salesio, o desenvolvimento do projeto levou cerca de um ano e meio. “A demanda está grande. Várias instituições de segurança e forças armadas do mundo todo já nos procuraram. Acreditamos que, no máximo em 120 dias, todas as questões legais estarão resolvidas e poderemos começar a entregar os produtos.”
Ao fim da entrevista, o CEO celebrou o avanço da Taurus, destacando que é motivo de grande orgulho para a empresa contribuir com o projeto. Ele lembrou que a Taurus possui 85 anos de atuação, equipando forças de segurança e armadas em mais de 100 países, e afirmou que a missão da companhia é garantir autonomia às instituições e proteger tanto a sociedade quanto a soberania do Brasil.
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