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quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Cientista político detalha crise entre Michelle e filho de Bolsonaro "A verdade é bem mais feia"

O cientista político, Wilson Pedroso, utilizou as redes sociais para comentar sobre o desentendimento entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro com os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Racha na família Bolsonaro

O atrito no clã Bolsonaro começou após Michelle fazer duras críticas à aproximação do PL com Ciro Gomes, adversário histórico de Jair Bolsonaro. A ex-primeira-dama classificou a aliança como incompatível com os valores defendidos pela direita, além de ter feito ataques a André Fernandes.

A fala gerou reação imediata dos filhos do ex-presidente. Flávio classificou a fala de Michelle como “autoritária e constrangedora”. Carlos e Eduardo endossaram a crítica.

Depois do desentendimento público, o PL convocou uma reunião de emergência para tratar do assunto e decidiu suspender as negociações para uma aliança com o PSDB do Ceará. 

Avaliação de Pedroso

De acordo com o cientista político, o desentendimento "a verdade é bem mais feia do que estão contando" e que  o desentendimento é para saber quem vai herdar o capital político do ex-presidente. 

“A prisão de Bolsonaro abriu um vácuo de comando. E vácuo, na política, nunca fica vazio. Ele vira guerra. Michelle entrou no espaço. Os filhos tentaram fechar. E o PL percebeu que perdeu a rédea. Michelle não deslizou. Ela avançou. Vetou alianças no Ceará. Vetou alianças no Rio. Subiu no palco e falou como quem manda. Ela não pediu espaço. Ela tomou", escreveu Pedroso. 

Na avaliação do cientista político, o erro dos filhos do ex-presidente foi tratar o caso como um "drama familiar", por se tratar de um "movimento estratégico" da ex-primeira-dama.

"Michelle não está disputando afeto. Está disputando autoridade. E fez isso na frente das bases, onde o poder real nasce [...] Ela está mexendo numa gaveta que não é dela. E quem mexe na gaveta de sucessão…vira inimigo interno", emendou.

O cientista político destaca ainda que a ex-primeira-dama "institucionalizou a divergência" e  transformou ataque em vitimismo e vitimismo em autoridade moral. Com isso, ela conseguiu fazer com que o PL suspendesse a aliança com Ciro após uma reunião com Valdemar Costa Neto, o senador Rogério Marinho, Flávio Bolsonaro e o deputado federal André Fernandes 

"A pauta parou porque ela disse que parava. Isso é demonstração de força. E, para pânico dos filhos, Michelle fala com a igreja, mulheres conservadoras, órfão do bolsonarismo e eleitores machucados pelo sistema. Ela disputa o afeto - o ativo mais valioso do bolsonarismo, Esse eleitorado decide destino. E ela sabe", pontuou

"Os filhos têm mandato. Michelle tem uma narrativa. E a política brasileira já provou dez vezes: quem controla narrativa, controla futuro. O PL sabe disso. Por isso entrou em modo pânico. O que Flávio, Carlos e Eduardo temem não é o presente. É o precedente. Se Michelle continuar crescendo, em 2026 ninguém vai perguntar para eles quem deve liderar a direita. Vão perguntar para ela", emendou 

Wilson Pedroso destacou ainda que a direita não vive uma crise, mas um momento de transição na mudança do poder. "Só que ninguém quer admitir isso. Porque dizer em voz alta trai a liturgia do mito. Mas Brasília já entendeu: o jogo começou."

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