O governo de Pernambuco vai iniciar 2026 com o desafio de cumprir a principal meta estabelecida para o programa Juntos pela Segurança: a redução de 30% nos principais indicadores da violência - incluindo as mortes violentas intencionais e os crimes contra o patrimônio.
Lançado pela governadora Raquel Lyra em novembro de 2023, o programa estadual de segurança pública não indicou uma meta anual de queda da violência, como ocorreu no Pacto pela Vida, nas gestões do PSB. O objetivo é atingir uma redução de 30% até o final de 2026, em comparação com o resultado de 2022, ano anterior ao início da atual gestão.
Pernambuco registrou 3.427 mortes violentas intencionais em 2022. Para que a meta seja cumprida, o Estado precisará encerrar 2026 com, no máximo, 2.399 pessoas assassinadas.
As mortes violentas intencionais incluem homicídios dolosos, latrocínios, feminicídios, lesão corporal seguida de morte e óbitos decorrentes de intervenções das forças de segurança.
O desafio é grande. Entre janeiro e novembro deste ano, o Estado já somou 2.844 mortes. O número é 18,5% acima da meta - isso sem contar com dezembro, cujo balanço preliminar será divulgado na próxima semana.
De acordo com estatísticas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Pernambuco é o quinto estado com maior taxa de mortes violentas intencionais do país, com 32,26 óbitos para cada 100 mil habitantes. O índice está acima da média nacional, que é de 18,94.
A Bahia lidera o ranking, com taxa de 37,29 mortes. Alagoas, Amapá e Ceará também apresentam índices superiores ao de Pernambuco.
OUTROS INDICADORES AVALIADOS
Outro indicador analisado é o de crimes violentos contra o patrimônio. O ano de 2022 terminou com 50.742 registros no Estado. Para o final de 2026, a meta é reduzir esse número para 35.519 ocorrências.
Os roubos e furtos de veículos também fazem parte da meta e preocupam a polícia, que tem encontrado dificuldades para reduzir os números. Em 2022, foram registrados 7.008 furtos de veículos. O objetivo é encerrar 2026 com, no máximo, 4.905 casos.
Para se ter uma dimensão do desafio, de janeiro a novembro deste ano foram contabilizados 6.442 furtos de veículos.
Já em relação aos roubos de veículos, que somaram 10.931 em 2022, a meta é atingir no máximo 7.651 queixas no final do ano que vem.
Em 2025, o número preliminar de roubos já ultrapassou o registrado em 2022.
O último indicador é de violência contra a mulher. Em 2022, a polícia somou 34.385 registros de violência doméstica/familiar. Até o fim de 2026, só poderão ser contabilizados 24.069 boletins de ocorrência.
INVESTIMENTOS PARA REDUÇÃO DOS CRIMES
Em entrevista à Rádio Jornal para fazer um balanço da gestão em 2025, nesta segunda-feira (29), a governadora Raquel Lyra afirmou que os investimentos na contratação de novos profissionais da segurança e aquisição de equipamentos e tecnologia estão contribuindo para queda dos crimes.
"Estamos mês a mês garantindo indicadores que Pernambuco não via há muito tempo de redução de crime de homicídio e batendo recorde de redução de crimes contra o patrimônio no Recife. As pessoas estão podendo andar de ônibus agora com tranquilidade. Os laranjinhas [policiais militares] estão na rua e não vão sair", declarou.
Raquel reforçou investimentos também estão sendo feitos no sistema prisional, com desativação de unidades com estrutura precária e construção de novas, para diminuir a superlotação histórica e a falta de controle do Estado nos presídios.
"Construir presídio não dá voto. Mas minha conta nunca foi de voto. A minha conta é como é que eu garanto segurança, como é que eu permito ao cidadão pernambucano sair de casa? Presídios são escritórios de crime muitas vezes e quem está dentro de presídio lidera atuação de tráfico de droga, de crime, de organizações criminosas fora dos presídios", disse. Raquel.
"Nós já abrimos 2 mil vagas de presídio. Foi por isso que eu consegui derrubar o presídio de Itamaracá [Penitenciária Barreto Campelo, desativada em abril] e derrubar o presídio do Complexo do Curado [uma das três unidades antigas foi desativada em maio], que foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. Agora em janeiro estou abrindo mais 1.500 vagas de presídio. Até o final do ano que vem, chegaremos a 7 mil vagas de presídio abertas", completou.
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