A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (16/12), a Operação Opções Binárias, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de atuar em fraudes financeiras por meio de casas de apostas on-line irregulares.
A coluna Na Mira apurou que entre os investigados está Dayanne Bezerra, irmã da influenciadora digital Deolane Bezerra e filha de Solange Bezerra, ambas presas anteriormente durante a Operação Integration.
De acordo com as investigações, a organização criminosa movimentou mais de R$ 50 milhões de forma ilegal.
Mais detalhes:
Ao todo, estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais localizados em São Fidélis (RJ).
As diligências também ocorrem em bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro, como Barra da Tijuca e Recreio, além de Goiânia (GO).
As buscas acontecem em Manaus (AM), Campos dos Goytacazes (RJ), Santana do Parnaíba (SP) e Barra do Bugres (MT).
A Justiça também determinou o sequestro de veículos, bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados.
A medida atinge ainda três pessoas jurídicas, sendo que duas delas tiveram as atividades suspensas.
Acompanhe o Blog O Povo com a Notícia também nas redes sociais, através do Facebook e Instagram
Além das buscas, quatro investigados foram alvo de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a proibição de exercer atividades econômicas ligadas a investimentos, jogos e apostas, restrição de deslocamento para fora da cidade de residência, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, além de monitoramento por tornozeleira eletrônica.
As investigações tiveram início após a Polícia Federal identificar indícios de enriquecimento ilícito envolvendo influenciadores digitais de São Fidélis (RJ). A apuração revelou um esquema estruturado, com a participação de empresários, influenciadores digitais e contatos chineses, operando em diferentes frentes.
Segundo a PF, o grupo atuava basicamente de três formas:
Fornecimento de serviços de manipulação de plataformas de opções binárias, realizados por operadores chineses.
Esses serviços eram adquiridos por investigados e revendidos a terceiros, com promessas de lucros elevados e irreais.
Contratação de influenciadores digitais para promover plataformas de apostas e opções binárias.
Os contratos previam que os investigados lucrariam diretamente com as perdas dos apostadores captados pelos influenciadores.
Criação de uma plataforma própria de opções binárias, utilizada para atrair clientes.
Quando os usuários obtinham ganhos, o grupo recorria a práticas fraudulentas, como bloqueio de contas e impedimento de saques.
Em cerca de dois anos, apenas um dos investigados recebeu mais de R$ 28,3 milhões sem qualquer lastro financeiro.
A Polícia Federal estima que o montante total captado ilegalmente ultrapasse os R$ 50 milhões.
As apurações também indicaram que membros do grupo já tinham envolvimento prévio com a gestão de casas de apostas on-line sem regulação, antes mesmo da atuação no mercado de opções binárias.
As chamadas plataformas de opções binárias funcionam como ambientes virtuais nos quais o usuário aposta na valorização ou desvalorização de ativos em curtíssimo prazo, sem adquirir o bem negociado. Por se assemelharem a jogos de azar, essas operações são consideradas de alto risco e não são reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, o que deixa o investidor sem qualquer proteção legal.
Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital.
A coluna não localizou a defesa dos envolvidos. O espaço segue aberto.



