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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Operação policial joga capitão da PM de novo atrás das grades na Bahia

O capitão da Polícia Militar da Bahia, Mauro das Neves Grunfeld, voltou a ser preso na manhã desta quinta-feira (11), durante uma megaoperação policial em Salvador. Ele é um dos alvos da ação batizada de Zimmer, deflagrada pela Polícia Civil, por meio do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), com o apoio das polícias Militar e Federal.

Esta não é a primeira vez que o capitão Mauro é detido. Ele havia sido solto anteriormente após investigação sobre suposto envolvimento em esquema de tráfico de armas destinado a facções criminosas. Atualmente, ele estava lotado na 82ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM).

BNEWS apurou que, somente na Bahia, a operação cumpre 48 mandados de prisão e 49 de busca e apreensão, e ocorre em diversos bairros da capital, como Sussuarana e Graça, e também em Camaçari, nas localidade de Arembepe e Jauá. 

No total, são cumpridos mais 90 mandados judiciais contra criminosos responsáveis pelos núcleos operacionais, de logística e de finanças do grupo nos estados da Bahia, Sergipe, Espírito Santo, São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 100 milhões e sequestro de bens dos investigados. 

FICHA DO CAPITÃO
Grunfeld foi preso duas vezes em 2024 no âmbito da Operação Fogo Amigo, que investigava um esquema de venda ilegal de armas e munições para facções criminosas. A primeira prisão ocorreu em maio, quando a força-tarefa cumpriu 20 mandados contra policiais e civis. Ele foi solto pouco depois, mas voltou a ser preso em julho, após recurso do Ministério Público. Em maio deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão e determinou medidas cautelares, como entrega de passaporte e comparecimento periódico à Justiça.

De acordo com as investigações, Grunfeld fazia parte de uma organização criminosa conhecida como “Honda”, responsável por movimentar quase R$ 10 milhões entre 2021 e 2023 com a venda de armas, inclusive de uso restrito, para grupos da Bahia, Pernambuco e Alagoas. O capitão atuava como negociador e chegou a transferir valores expressivos para outros policiais envolvidos.

Além do tráfico de armas, o oficial responde a um inquérito por homicídio doloso ocorrido em 2013, durante uma ronda em Santa Cruz Cabrália. A Operação Fogo Amigo também apreendeu armas, munições e documentos que reforçam o envolvimento do grupo no comércio clandestino.

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Reprodução

Nas redes sociais, Grunfeld ostentava uma vida de luxo. Ela compartilhava fotos em iates na Baía de Todos-os-Santos e viagens internacionais. Entre os destinos do capitão, aparecem a Ilha de San Andrés e o Morro de Monserrate, na Colômbia.

OPERAÇÃO ZIMMER

A operação que prendeu novamente o militar, nesta quinta, tem como objetivo desarticular a cadeia de comando e neutralizar a atuação de demais integrantes de uma organização criminosa responsável pelo tráfico de drogas, crimes violentos letais intencionais e patrimoniais, além da lavagem de dinheiro e a disputa de territórios.

Segundo a Polícia Civil, uma complexa associação criminosa foi identificada no curso das apurações. Ela é responsável pelo abastecimento, produção e preparação de entorpecentes, como também a utilização de pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores movimentados. 

As ações também contam com equipes dos Departamentos de Inteligência Policial (DIP), Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Polícia Metropolitana (Depom), de Polícia do Interior (Depin), de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis (DPMCV) e as Coordenações de Operações e Recursos Especiais (Core) e de Polícia Judiciária (COPJ), além do apoio da Superintendência de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública (SI/SSP-BA), do Departamento de Polícia Técnica (DPT), Polícia Militar, Polícia Federal e da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia (Seap).