O capitão da Polícia Militar da Bahia, Mauro das Neves Grunfeld, um dos detidos na Operação Zimmer, deflagrada na manhã desta quinta-feira (11), preso pela segunda vez no período de um ano, também é suspeito de ligação com grupos criminosos de outros estados.
Em julho de 2024, quando o policial foi capturado durante a Operação Fogo Amigo, que investiga uma organização criminosa especializada na venda de armas e munições ilegais para facções, o Ministério Público revelou que as negociações feitas pelo oficial também aconteciam com criminosos dos estados de Alagoas e Pernambuco.
Na época, o MP disse que o capitão foi denunciado pelos crimes de organização criminosa armada e comercialização ilegal de armas de fogo, inclusive de uso restrito. "As investigações revelaram um sofisticado esquema de mercado clandestino, no qual o policial e outros membros da quadrilha obtinham munições ilegalmente, adquirindo armas de fogo frias e vendendo-as através de intermediários. Esse modus operandi permitia que facções criminosas na Bahia fossem abastecidas com armas e munições", detalhou o MP em 2024.
As diligências da Operação Fogo Amigo revelaram, ainda, que registros financeiros comprovaram que o policial transferiu R$ 87.330,00 para outro membro da organização criminosa em 35 transações, comprovando sua participação ativa na quadrilha.
Já nesta quinta-feira (11), Mauro foi capturado na Operação Zimmer, que busca desarticular a cadeia de comando e neutralizar a atuação de integrantes de uma organização criminosa responsável pelo tráfico de drogas, crimes violentos letais intencionais e patrimoniais, além da lavagem de dinheiro e a disputa de territórios.
De acordo com as investigações, Grunfeld fazia parte de uma organização criminosa conhecida como “Honda”, responsável por movimentar quase R$ 10 milhões entre 2021 e 2023 com a venda de armas, inclusive de uso restrito, para grupos da Bahia, Pernambuco e Alagoas. O capitão atuava como negociador e chegou a transferir valores expressivos para outros policiais envolvidos. Além do tráfico de armas, o oficial responde a um inquérito por homicídio doloso ocorrido em 2013, durante uma ronda em Santa Cruz Cabrália.
O oficial já ocupou o cargo de subcomandante da 41ª Companhia Independente da PM (Federação ) e, atualmente, estava na 82ª CIPM (Centro Administrativo da Bahia).
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