Um espectro ronda o governo: o
espectro do 16 de agosto. A data foi escolhida para as novas manifestações
contra a presidente Dilma Rousseff. Se os protestos lotarem as ruas, o Planalto
teme que a Câmara se sinta pressionada a abrir um processo de impeachment.
Preocupado,
o PT começou a organizar uma série de manifestações pró-governo, com foco em
São Paulo. "Temos que criar uma base de apoio na sociedade, já que o
Parlamento tem sido um lugar de dificuldades", diz o presidente Rui Falcão.
O
calendário prevê cinco atos nas próximas semanas e foi batizado de "Agosto
pela democracia". Como o nome indica, a ordem é carimbar como
antidemocrática e golpista a defesa do afastamento da presidente antes do fim
do mandato, em 2018.
A primeira
mobilização será no dia 6, na capital paulista. Coincidirá com o programa do
partido na TV. No dia 11, os petistas farão novo ato na cidade, no largo São
Francisco, onde se comemora nesta data a fundação da Faculdade de Direito. No
mesmo dia, chega a Brasília a Marcha das Margaridas, com milhares de
trabalhadoras rurais.
Depois dos
protestos contra Dilma, estão previstas mais duas manifestações pró-governo.
Uma no dia 20, com o apoio do MST e dos sem-teto, e outra no dia 24,
aniversário do suicídio de Getúlio Vargas. A ideia é apresentar 2015 como uma
reedição de 1954, comparando a Lava Jato à República do Galeão.
Os petistas
argumentam que seria um erro ficar em casa enquanto a oposição sai para pedir a
derrubada do governo. A tese esbarra em dois problemas. Primeiro: a
popularidade de Dilma continua no volume morto. Segundo: é mais fácil mobilizar
os insatisfeitos do que encher protestos a favor.
O
presidente Rui Falcão já ensaiou o discurso para escapar das comparações
numéricas, que deverão ser desfavoráveis para o PT: "Não vamos fazer
concurso para ver quem bota mais gente na rua". (Via: Folha de S.Paulo)
Blog: O Povo com a Notícia