O Ministério da Integração
Nacional já investiu mais de R$ 117,1 milhões nas ações do Programa de
Conservação da Fauna e Flora do Projeto de Integração do Rio São Francisco,
desde o início do empreendimento. Desse total, R$ 8,9 milhões foram aplicados
na implantação do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga
(Cemafauna) na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf),
parceiro do programa, em Petrolina (PE). As atividades têm proporcionado um
profundo conhecimento da fauna brasileira e permitiram até a descoberta de nova
espécie de borboleta (Pheles caatingensis) no sertão nordestino, além de
resgatar durante a execução da obra mais de 136,7 mil animais, dos quais 85%
(116,5 mil) já foram devolvidos à natureza.
A nova borboleta foi encontrada em Brejo Santo (CE) e em
Cabrobó (PE), em 2014, durante o monitoramento das obras pelas equipes técnicas
da Univasf, rotina constante realizada desde 2008. Segundo os pesquisadores da
instituição, a ocorrência deste animal neste local é um indicativo da qualidade
do habitat da caatinga. Ainda há outras duas espécies em estudo que poderão
revelar novas descobertas.
Atualmente, algumas espécies vulneráveis e em perigo de
extinção estão sendo reabilitadas no Centro, como a cutia, gato-do-mato e
gato-mourisco. Já foram reintegrados à natureza veados, tatus, tamanduás,
macacos, papagaios, cachorros-do-mato, gatos-do-mato, guaxinins, papagaios,
maracanãs, jiboias, entre outros. As espécies que não são devolvidas à vida
selvagem, devido ao comprometimento da sua habilidade de sobrevivência, vão
para zoológicos ou criadores científicos credenciados aos órgãos ambientais. As
instituições de fiscalização também recebem apoio do Cemafauna, com o
tratamento das vítimas do tráfico de animais e de acidentes rodoviários.
Os trabalhos consistem na verificação dos trechos à procura
de animais que, quando encontrados, são resgatados e passam por um longo
processo de cuidado - triagem, tratamentos médicos e alimentação - até o
retorno à vida selvagem.
As atividades também constataram que cobras dormideiras
(Thamnodynastes almae e Thamnodynastes sertanejo), que são espécies
inofensivas, ampliaram as suas localizações geográficas para os estados do
Ceará (CE), Pernambuco (PE) e Paraíba (PB). Antes do projeto, não havia
registros científicos nesses estados.
A infraestrutura conta com vários profissionais como médicos
veterinários, biólogos, zootecnistas, entre outros. São diversos laboratórios
de estudo como o da fauna aquática, que analisa a genética dos peixes, no
Núcleo de Ecologia Molecular (Necmol). Há ainda o Centro de Triagem de
Animais Silvestres (CETAS), espaço destinado ao tratamento dos bichos, que
conta com enfermaria, maternidade, serpentário, além de recintos para a reabilitação
de mamíferos, répteis, felinos, primatas e corredor de voo para as aves. Com 43
peças, o Museu da Fauna da Caatinga também contribui para as atividades de
pesquisa.
Além de monitorar a biodiversidade vegetal e animal nas áreas
das obras, o programa de Conservação da Fauna e Flora do projeto fornece
subsídios para adoção de medidas que tornam o empreendimento biologicamente
sustentável.
Cuidado com o meio ambiente: Ao todo, o Ministério da Integração Nacional executa 38 programas
socioambientais que têm o objetivo de minimizar os impactos da implantação do
Projeto São Francisco. São investidos mais de R$ 1 bilhão do orçamento global
nessas iniciativas.
Blog: O Povo com a Notícia