Um tumulto assustou familiares
dos presos detidos na Cadeia Pública de Serra Talhada, na manhã desta
segunda-feira (02). Esposas, mães e tias afirmam que o protesto começou após
presidiários terem atendimento médico negado pela Polícia Militar, a qual teria
alegado falta de viaturas para levá-los. Por conta disso, segundo familiares,
houve queima de colchões dentro da unidade e os Bombeiros foram acionados.
A estudante Juliane do
Nascimento Freitas, 21 anos, moradora do bairro Bom Jesus, procurou a redação
do Farol de Notícias para denunciar a situação
da Cadeia Pública de Serra Talhada. Segundo ela, o detento Júnior de Lima
Duarte, de 23 anos sofre com dores de dente e não recebeu atendimento.
“Tem uma semana que meu
cunhado está sofrendo com dor de dente e eles não estão querendo liberar a
saída dele para ir ao dentista. Ontem (domingo, 1º) mesmo na visita ele
(Júnior) estava chorando, quando foi hoje não quiseram liberar a saída dele,
fizeram bagunça lá dentro. Tocaram fogo em um colchão para fazer protesto, está
chegando um monte de policiais lá para bater nele, mas não é para fazer revista
nem nada. Ligaram aqui para nós dizendo que até tiro está tendo lá dentro”,
relatou a jovem.
A estudante, D. C. L. dos S., de
17 anos, moradora do Ipsep, também comentou que seu marido está preso há dois
anos e tem atendimentos médicos negados. Segundo ela, João Carlos de Lima
Souza, de 22 anos, já precisou esperar uma semana para tratar uma infecção.
“Meu marido tem uma semana que
pedia para ir no médico por causa de uma infecção urinária que ele estava e
ninguém queria levar ele. Só levaram uma semana depois, se tivesse que morrer
já tinha morrido lá dentro. Ele foi essa semana, mas também nem deixaram fazer
os exames todos no hospital. Toda vez que é para um preso ir para um hospital
passa meses para eles poderem ir. Eu acho que são gente igual a gente e devem
ir no mesmo dia, ou no dia seguinte. Daqui a pouco vai morrer todo mundo lá
dentro”, protestou a jovem.
Também em conversa com o Farol, a dona
de casa Maria José Gomes, 40 anos, relatou que teme pela segurança do seu
filho, detento da cadeia pública.
“Tocaram fogo nos colchões, a
polícia está lá dentro e ninguém entra. Não sei sei se meu filho está bem… vivo
ou morto e até esta hora (16h30) ninguém almoçou”, lamentou a mãe.
OUTRO
LADO: A reportagem do Farol de Notícias,
entrou em contato, por telefone, com o comandante do 14º Batalhão de Polícia
Militar de Serra Talhada, Tenente Coronel Girley Figueiredo, que confirmou o
princípio de rebelião. Ele disse que se encontra em Recife, em reunião com o
comando da Polícia Militar.
Em seguida, a reportagem
localizou o major Costa Júnior, responsável pela operação na cadeia pública,
que afirmou resumidamente que a “situação estava no controle” e não quis dar
maiores declarações ao Farol, uma vez que aguardava representantes da
Justiça. (Via Farol de Notícias - Fotos:
Farol de Notícias / Max Rodrigues)
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