A
Superintendência da Polícia Federal de Curitiba pediu à
Justiça a transferência de Lula para
"um estabelecimento prisional adequado para o cumprimento da pena
imposta". Em ofício "urgente" endereçado à juíza Carolina
Lebbos, da execução penal, os policiais afirmam que os transtornos causados pela presença do
ex-presidente na carceragem da PF são inúmeros e os gastos para mantê-lo, muito
altos.
De acordo com o documento, "tem-se uma perspectiva de gastos de
aproximadamente R$ 300 mil" no mês com diárias de policiais, passagens e
deslocamentos de pessoal de outras unidades para reforçar a segurança da
superintendência.
Em cerca de quinze dias, já foram gastos R$ 150 mil. Os
delegados afirmam ainda temer a proximidade do 1º de Maio, Dia do Trabalhador.
"Diante da circunstância da prisão do ex-presidente da República, todos os
movimentos sociais e de trabalhadores estão se organizando para trazer para
Curitiba o evento principal do feriado. Em informações preliminares fala-se em
uma concentração de até 50 mil pessoas".
Eles argumentam que "toda a região" em torno da Superintendência
da PF "teve a sua rotina alterada, como profundas modificações na
circulação de pessoas e veículos" já que apoiadores de Lula se reúnem
diariamente perto do local.
Afirmam também que as instalações da PF não são adequadas para um preso
nas condições de Lula e que
a sala em que ele se encontra não é apropriada "para a longa permanência
de pessoas alojadas", tendo sido improvisada.
"As dependências da custódia de presos da unidade são muito limitadas
e não se destinam a execução de penas ou mesmo à permanência regular de presos",
afirmam. "As instalações têm essencialmente a natureza de trânsito, ou
seja, destinadas a presos em flagrante apresentados ao plantão da sede e à
custódia de presos tutelares até que se tenha as vagas correspondentes para as
transferências ao sistema carcerário estadual."
A Polícia Federal lembra
ainda "a ausência de sala de Estado Maior para custódia de presos que
possuem esta prerrogativa [caso de Lula] ou que tenha sido a eles deferida,
gerando a adequação improvisada de espaço para atendimento de todos os
parâmetros determinados pelo juiz competente". Afirmam ainda que o
combinado era que Lula permanecesse por pouco tempo na PF.
"Em que pese a existência de planejamento prévio visando o
atendimento das ocorrências das manifestações publicas, (...) a premissa sempre
foi a de que a custódia do ex-presidente da Republica se daria no âmbito da
Superintendência da PF em Curitiba apenas por alguns dias", afirmam.
Eles se referem ainda à "grande dificuldade de manter os serviços à
população" e à "possibilidade de episódios de violência" nas
cercanias da PF. Reclamam também dos "reiterados pedidos de visitas"
a Lula, o que
alteraria a rotina do órgão, dificultando o seu funcionamento. A defesa tem
prazo para se manifestar sobre o pedido. (Via: Folhapress)
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