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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Ao SBT, Flávio Bolsonaro nega possível renúncia e ataca Globo

Assista o vídeo:


O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse que não renunciará do cargo de senador. O filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro é investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) por movimentações financeiras atípicas apontadas em relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

“É mentira, não sei nem de onde surgiu essa história. Eu nem tomei posse ainda. Eu vou tomar posse e vou trabalhar muito ainda pelo Rio de Janeiro e pelo meu Brasil, pode ter certeza disso. Eu não vou me afastar e que quero aproveitar a oportunidade pra falar para todo o Brasil da grande perseguição política que eu estou sofrendo do meu Estado”, disse.

A declaração foi feita em entrevista ao Jornal do SBT.

MP com a Globo: ‘assunto de boa que não era né?’

Flávio Bolsonaro voltou ainda a afirmar que o MP-RJ quebrou o sigilo do processo de sua investigação. O Ministério Público nega.

O senador eleito disse que fotos do procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, com Octavio Guedes, comentarista da emissora de TV a cabo GloboNews, e o promotor de Justiça Cláudio Cardoso da Conceição, reforçaram a sua “convicção” de que “o MP vinha constantemente vazando conteúdo sigiloso do meu procedimento”. As imagens circulam nas redes sociais.

“Ora, num momento como esse, que, segundo constam aí nas regulações, foi um encontro recente, há poucos dias, no Rio de Janeiro. Num momento como esse em que eu estou há um mês e meio tendo minha vida completamente exposta na mídia de uma forma pejorativa para denegrir a minha imagem, tentar a atingir o governo do presidente Jair Bolsonaro, um encontro como esse para trocar assunto de boa que não era né”, disse, ao ser questionado pela repórter, que afirma que é comum jornalistas conversarem com autoridades.

O filho do presidente disse ter apresentado provas documentais na reclamação que fez ao STF (Supremo Tribunal Federal) sobre quebra de sigilo sem autorização oficial.

“Qual foi a decisão que os advogados tomaram: ‘olha, isso aqui tem um coisa muito estranha, nesse procedimento há ilegalidades flagrantes, claras. Vamos perguntar ao Supremo Tribunal Federal, cumprindo uma decisão do próprio STF, que dizem que caso a caso eles é que decidem qual é o foro adequado’. Aí o Supremo notifica o Ministério Público do Rio de Janeiro na sua decisão, com um carimbo escrito assim: ‘sigiloso’. Na mesma manhã o Ministério Público convoca uma coletiva, para expor uma nota de esclarecimento, aonde ele vai detalhando tudo que está na decisão, ou seja, quebra o sigilo, desrespeita uma ordem do próprio Supremo. Já é a clara constatação de qual era o objetivo do que estava acontecendo”, disse.

Flávio Bolsonaro se diz ‘contra milícias’

Sobre um discurso em que fez na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), em 2017, em defesa dos policiais, e que repercutiu como defesa a milícias, Flávio Bolsonaro rebateu.

“Eu sou contra milícias, só que nesse momento estava ainda começando uma discussão sobre o que era isso. Estava-se generalizando de uma forma muito preocupante porque eu sempre fui da defesa do servidor a segurança pública, então qualquer lugar onde se morava 2, 3, 4 policiais militares, já estava sendo considerando milícia”, disse.

“Então o que eu falei naquele momento, nas frases tiradas desse contexto todo do debate, é que eu defendia os policiais. Sou contra qualquer tipo de tentar implantar um Estado paralelo que não seja o nosso democrático de direito”, afirmou.

Sobre as homenagem realizada ao ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) Adriano Magalhães da Nóbrega, suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), Flávio Bolsonaro negou que o fato o relacione a um apoio a milícias.

“Eu já ofereci centenas de homenagens a policiais militares, a outros integrantes de segurança essa informação só veio à tona agora apenas. E as homenagens realizadas foram por situações específicas, que eu costumo fazer para centenas de policiais, não tem problema nenhum nisso, a gente tem que homenagear aqueles policiais que se destacam”, afirmou.

ENTENDA A INVESTIGAÇÃO

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, é suspeito de ter movimentações atípicas em uma de suas contas, segundo relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) avalia se houve participação de deputados e servidores da Alerj em movimentações bancárias não compatíveis com seus salários.

Na última sexta-feira (18), o Jornal Nacional noticiou que um novo relatório da Coaf teria indicado movimentações bancárias atípicas nas contas de Flávio Bolsonaro:

R$ 1.016.839 – pagamento de um título bancário à CEF (Caixa Econômica Federal);

48 depósitos em espécie de R$ 2.000 – o dinheiro, no total de R$ 96.000, entrou na conta de Flávio no período de 9 de junho de 2017 a 13 de julho de 2017.

Em entrevista à  Record e à RedeTV no domingo (20), Flávio disse que o pagamento de R$ 1 milhão está relacionado a uma transação com imóvel.

Na segunda-feira (21), o ex-jogador de vôlei de praia Fábio Guerra confirmou que pagou cerca de R$ 100 mil em espécie para o senador eleito para quitar parte da compra de um imóvel na zona sul do Rio de Janeiro.

Na terça-feira (22), foi divulgado pelo jornal O Globo que o gabinete do ex-deputado estadual empregou a mãe e a mulher de um suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco. Além disso, de acordo com a reportagem, Flávio Bolsonaro teria duas vezes prestado homenagem a Adriano, o ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) – um dos alvos da investigação.

SBT É SIMPÁTICO À BOLSONARO

O SBT pertence ao apresentador e empresário Silvio Santos. A emissora tem sido simpática ao presidente Jair Bolsonaro e tem sido uma escolha frequente de Flávio Bolsonaro para conceder entrevistas.

Em novembro 2018, depois da eleição presidencial, Jair Bolsonaro telefonou para Silvio Santos durante o programa Teleton para fazer uma doação. O apresentador disse na ocasião que o Brasil terá 8 anos de Bolsonaro e 4 anos de Sérgio Moro no comando.

Depois, em dezembro do ano passado, o então presidente eleito visitou o dono do SBT na mansão do empresário no bairro do Morumbi, em São Paulo.

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