Nas eleições que disputou o Governo de Pernambuco, o então mito Miguel Arraes buscou o braço da direita para arrebatar o poder. A mais emblemática, a de 1986, aliou-se ao usineiro Antônio Farias, elegendo-o senador. Referência nacional de esquerda, Arraes era pragmático quando o que estava em jogo era a conquistar do poder.
Tão esquerdóide quanto Arraes, Luiz Inácio Lula da Silva não
seguiu o exemplo do aliado pernambucano e perdeu quatro eleições presidenciais,
sendo eleito apenas na última tentativa, graças ao fato de ter se rendido ao
poder da direita, fechando a chapa com o empresário José Alencar, que da mesma
forma de Antônio Farias, trouxe suporte financeiro e estrutura logística à campanha
de Lula.
Lula não apenas abriu o espaço para o grupo de Alencar.
Pulverizou e muito o seu primeiro mandato, com distribuição de cargos até para
o PTB, de Roberto Jefferson, que virou o homem-bomba do esquema do mensalão. O
resto da história, culminando com o maior de todos os escândalos da era
petista, a operação Lava Jato, nem precisar detalhar o mal terrível que fez ao
País, maior assalto aos cofres públicos da história.
Depois de cumprir mais de um ano de prisão, condenado na Lava
Jato, Lula, salvo pela irresponsabilidade e má-fé do ministro Edson Fachin, do
STF, ensaia nova disputa presidencial, mas com os mesmos vícios do passado. Seu
sofrimento parece não ter servido de nada. No afã de derrotar Bolsonaro a
qualquer preço vende a alma do diabo. Já acenou até para o ex-presidente
Sarney.
Em dois dias de articulações em Brasília, perdoou o
ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que sempre esteve do outro
lado do balcão, chamando-o de corrupto. Agora quer o seu apoio para voltar ao
poder. Também esteve com o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab,
presidente do PSD, para quem era um ultradireita, que fez uma péssima gestão na
capital paulista.
De agora em diante, para Lula todos os possíveis aliados,
seja de direita, centro ou do bloco da ladroagem, não tem mais nenhum pecado.
Pelo jeito, só falta buscar agora, novamente, Roberto Jefferson. (Por Magno Martins)
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