Quilômetros de estradas e rodovias federais separam o sonho do pesadelo. Promessas de uma vida melhor fazem brasileiros deixarem o lar e partirem para regiões remotas, garimpos e até mesmo outros países. Pessoas se tornam mercadorias, que podem ser vendidas, trocadas e descartadas nas mãos de organizações criminosas.
O mercado é bilionário e o lucro proveniente dele está perto
de ultrapassar o do tráfico de drogas e armas. No mundo, o tráfico de pessoas movimenta
mais de US$ 32 bilhões por ano, segundo o escritório das Nações Unidas sobre
Drogas e Crime (UNODC). As vítimas são utilizadas em exploração sexual,
trabalho escravo ou inseridas no mercado ilegal de compra e venda de órgãos e
tecidos.
Para mostrar como acontecem o aliciamento e a travessia de
traficantes e vítimas dentro e fora do país, o Metrópoles foi à Bolívia, ao
Peru e à Venezuela. Acessou o solo estrangeiro pela porta da frente, mas também
percorreu rios, vias clandestinas e trilhas abertas em meio à mata, principais
acessos do crime organizado na América do Sul.
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