Ministros de Jair Bolsonaro (sem partido) e magistrados do STF (Supremo Tribunal Federal) e de outras cortes superiores temem que o presidente estique a corda em sua disputa com o Judiciário até um impasse que acabe envolvendo os militares diretamente na cena política.
Em conversas reservadas, ministros como Ciro Nogueira, da Casa Civil, e o próprio presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pregam a necessidade de um acordo para evitar o agravamento da crise. Como mostrou o Painel, da Folha de S.Paulo, ele pode passar por mudanças mínimas nas urnas eletrônicas que amenizem o discurso do presidente, que tem espalhado fake news sobre fraudes eleitorais.
Caso ele se recuse a receber a intimação e siga sem cumprir a ordem, desmoralizaria a Justiça: poucas medidas poderiam ser tomadas contra o mandatário.
Se Bolsonaro fosse um cidadão normal, poderia até ser detido pelo crime de desobediência, que tem pena de 15 dias a seis meses de prisão, e multa.
Mas, sendo presidente, ele sequer pode ser processado sem a autorização da Câmara dos Deputados.
De acordo com o artigo 86 da Constituição, o presidente do país não pode ser preso "enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns".
As Forças Armadas, até agora, se limitaram a manifestações, recuando alguns passos diante de reações do universo político, da imprensa e da sociedade civil.
Com o apoio dos militares, Bolsonaro poderia levar adiante a sua ameaça de tentar impedir as eleições, levando o país a uma situação de caos institucional. (Via: Agência Brasil)
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