Liberada da prisão nesta quarta-feira (13) após decisão do STJ, Rosângela Sibele, acusada de furtar R$ 21,69 em alimentos em um mercado em São Paulo, contou em entrevista ao Brasil Urgente que é dependente química e que, agora que está em liberdade, pretende focar no tratamento do vício em crack.
“Meu grande
sonho é ser gente. Eu ainda não sei o que é isso, não sei o que é ser mãe,
filha, irmã”, completou.
Rosângela conversou ao vivo
com o programa logo após deixar a prisão graças à decisão do ministro
do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Joel Ilan Paciornik.
Relator do habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública de São Paulo, o
ministro se baseou no “princípio da insignificância” e argumentou que a lesão
ínfima ao bem jurídico e o estado de necessidade da mulher não justificam o
prosseguimento do inquérito policial.
A desempregada de 41 anos é
mãe de cinco filhos e mora há mais de 10 anos, entre idas e vindas, nas ruas da
capital. No dia 29 de setembro,
ela entrou em um mercado, pegou duas garrafas de refrigerante, dois pacotes de
macarrão instantâneo e um pacote de suco em pó e tentou sair sem pagar.
“Quando a viatura chegou,
joguei as coisas e saí correndo, assustada. Fiquei com medo de ser presa. Eu
estava com fome, enfatizei que estava com fome (…). Nos últimos dias eu estava
fazendo reciclagem, não estava roubando ninguém. Eu não queria, não estou
acostumada, não queria fazer. Só estava com muita fome, queria muito comer um
miojo, estava doida para tomar um leite condensado e um refrigerante gelado.
Não tenho dinheiro para isso”, explicou.
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