Os mercados globais de ações passaram a operar em alta após o alívio das tensões geradas nos últimos dias sobre a iminência de uma guerra na Europa. Essa expectativa foi parcialmente dissipada após a Rússia ter anunciado o início da retirada de parte das tropas que se exercitavam perto das fronteiras da Ucrânia.
Às 12h20 desta terça-feira (15), os principais índices de ações dos Estados
Unidos abandonavam as baixas dos últimos dias. Dow Jones,
S&P 500 e Nasdaq subiam 1,02%, 1,03% e 1,64%, respectivamente.
Bolsas europeias também negociavam no azul, com destaques para a alta de
1,60% do Euro Stoxx 50, indicador que acompanha 50 das principais empresas da
região. Os mercados de Londres, Paris e Frankfurt avançavam 0,68%, 1,48% e
1,72%, nessa ordem.
O petróleo também
apresentava forte queda no mercado internacional. O barril do Brent caía 4,03%,
a US$ 92,59 (R$ 482,39). A Rússia é um dos maiores produtores da commodity e um
conflito envolvendo o país reduziria a oferta, pressionando ainda mais os
preços que rondam o maior valor desde 2014.
No Brasil, o índice de referência da Bolsa de Valores subia 0,32%, a
114.262 pontos. O Ibovespa vem mantendo altas moderadas mesmo diante da aversão
ao risco que a ameaça de guerra tem provocado nos principais mercados. O dólar
caía 0,59%, a R$ 5,1880.
Essa vantagem para a
Bolsa brasileira ocorre porque estrangeiros estão buscando
no país ações excessivamente desvalorizadas enquanto aguardam sinais mais
claros sobre o desenrolar da crise entre Rússia e Ucrânia e, principalmente,
sobre as medidas que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) irá
adotar para combater a maior inflação nos Estados Unidos em quatro décadas. A
pergunta para a qual esses investidores esperam respostas é: até quanto o Fed
irá subir a sua taxa de juros?
Se os juros americanos saírem do zero para uma taxa anual relativamente
alta em um intervalo curto, há o risco de que investidores deixem de aportar
recursos no Brasil e em outros emergentes para faturar com a alta dos títulos
do Tesouro dos EUA.
Nesta manhã, os rendimentos dos títulos soberanos americanos tocavam as
máximas em mais de dois anos em alguns vencimentos, segundo a agência Reuters.
Essa alta ocorria em meio a apostas de que o Fed irá elevar a taxa em 0,5
ponto percentual em março, um movimento considerado agressivo para os padrões
do país.
Mesmo assim, o real está se mantendo em queda. Analistas atribuem essa queda também à elevada taxa de juros do Brasil, que está em 10,75%, com expectativas de superar 12%. Apesar dos riscos que o país oferece, investidores internacionais estão considerando que o retorno compensa. (Via: Folhapress)
Blog: O Povo com a Notícia