A lenta vacinação de crianças contra a covid-19 e o aumento dos óbitos dos pequenos – registrados consecutivamente na semana passada – fizeram o governo do Estado ampliar a oferta de leitos pediátricos no Estado. Neste sábado (05), o Hospital de Referência à Covid-19 – Olinda (Maternidade Brites de Albuquerque) colocou em funcionamento 20 novos leitos pediátricos, sendo dez de terapia intensiva (UTIs) e dez de enfermaria. Todos são voltados, exclusivamente, para o atendimento de pacientes com quadros respiratórios graves.
Atualmente, a Maternidade Brites de Albuquerque conta com 20
leitos de terapia intensiva e outros 20 de enfermaria para o atendimento
infantil. Nos próximos dias, outros 10 leitos pediátricos de UTI serão
colocados em operação na unidade de Olinda. Com a abertura destes leitos,
Pernambuco passa a contar com 74 leitos de UTI e 119 de enfermaria voltados
para bebês e crianças com quadros respiratórios graves.
A abertura das novas vagas tinha sido anunciada pelo
secretário estadual de Saúde, André Longo, durante coletiva de imprensa
realizada na quinta-feira (03), para avaliar a crise sanitária provocada pelo
novo coronavírus no Estado. “Por determinação do governador Paulo Câmara,
continuamos trabalhando para garantir a assistência à população, frente à
aceleração da variante Ômicron. Desde o final do ano passado, já são 822 novos
leitos, sendo 344 de UTI e ainda vamos abrir, nos próximos dias, cerca de 400
outras vagas. Mas só os esforços do governo não serão suficientes. Para frear a
circulação viral e superar o vírus, precisamos do engajamento de todos, com o
respeito aos protocolos e o reforço nos cuidados”, ressalta o secretário André
Longo.
Apelo
por vacinação
O secretário voltou a destacar a importância da vacinação das
crianças, ainda mais no atual momento, quando a variante Ômicron está acelerando
a contaminação da população. “É a melhor forma de prevenir os adoecimentos
graves e óbitos pela doença nesta faixa etária. Em janeiro iniciamos a
vacinação de nossas crianças, a partir dos 5 anos de idade, e ainda enfrentamos
alguns obstáculos para que esta imunização avance de forma mais célere. Mas uma
coisa é fato: só a proteção coletiva proporcionada pela vacinação vai frear o
aparecimento de novos casos e a circulação de variantes, inclusive junto ao
público pediátrico. E as crianças menores de cinco anos, que ainda não contam
com a proteção das vacinas, só têm a barreira ofertada pelas demais pessoas”,
pediu.
Óbitos
infantis
Os boletins da Secretaria de Saúde de Pernambuco mostraram,
em dois dias consecutivos, a confirmação de óbitos por Covid-19 em crianças
“sem informações sobre comorbidades”. Na quinta-feira (03), entre as 19 mortes
decorrentes de complicações decorrentes da doença, uma foi de um bebê de 1 ano
de idade. Segundo a SES, ele morava em Caruaru, no Agreste do Estado, e faleceu
na última terça-feira (1º).
Já na quarta-feira (02), o boletim epidemiológico apontou
que, dos 23 óbitos confirmados naquela data, um foi de uma menina, de 10 anos,
que morava em Petrolina, no Sertão. De acordo com a SES, ela começou a
apresentar os sintomas de covid-19 no dia 14 de janeiro e precisou ser
encaminhada para o Hospital Dom Malan, localizado na cidade, onde ficou
internada de 16 a 24 de janeiro, data em que não resistiu à infecção e foi a
óbito.
O Recife, também na quarta-feira, confirmou a morte por
Covid-19 de um adolescente de 12 anos, que morava no bairro de Cajueiro, na
Zona Norte da cidade. Ele tinha comorbidade (encefalopatia neuropsicomotora) e
começou a apresentar sintomas no dia 19 de janeiro deste ano. “No dia 26 do
mesmo mês, foi levado para o Hospital Barão de Lucena (no bairro da Iputinga,
Zona Oeste do Recife), onde foi a óbito. A morte foi confirmada por meio de
critério laboratorial”, informou, em nota, a Secretaria de Saúde do Recife.
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