No dia 1° de julho de 1994, o Plano Real saía do papel - ou melhor, entrava - com o início da circulação de suas notas, marcando o fim de um dos períodos de maior instabilidade econômica e monetária do Brasil. De lá para cá, o acumulado da inflação brasileira bateu 708%, entre o lançamento da moeda e a última divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de maio.
Em outras palavras: no aniversário de 30 anos do Plano Real, nesta segunda-feria (1º), uma moeda de R$ 1 equivaleria a apenas R$ 0,12 da época de seu lançamento. De acordo com reportagem do G1, mesmo que a inflação acumulada em três décadas seja bastante expressiva, o Plano Real, implementado no governo de Itamar Franco, pode ser considerado um sucesso dado o caos inflacionário que assolava o país.
"Mesmo com as várias crises internacionais e internas que prejudicaram a estabilização econômica, o IPCA acumulado em 12 meses passou de 9% em poucas ocasiões", destacou o Banco Central em nota.
O ministro da Fazenda à época, Fernando Henrique Cardoso (FHC), foi quem elaborou o projeto. Nas décadas de 1980 e 1990, o Brasil vivia uma hiperinflação que chegou a ultrapassar os 2.500% ao ano. Da entrada do real em circulação para cá, anos considerados ruins de inflação são aqueles em que o IPCA chega à casa dos 10% na janela de 12 meses.
Ainda assim, o valor nominal do dinheiro caiu bastante: para comprar o equivalente a R$ 1 daquela época, seria necessário desembolsar R$ 8,08 atualmente. Para ter o mesmo poder de compra de julho de 1994, seriam necessários, hoje:
- R$ 40,40 para uma nota de R$ 5 da época;
- R$ 404,01 para uma nota de R$ 50 da época;
- R$ 808,02 para uma nota de R$ 100 da época.
Além das notas de R$ 1, R$ 5, R$ 10 e R$ 100, o "kit original" lançado inicialmente pelo Plano Real, cédulas de outros valores também foram desenvolvidas com o passar dos anos. Em dezembro de 2001, foi lançada a nota de R$ 2.
Para ter o mesmo poder de compra da época em que ela foi lançada, seriam necessários R$ 7,69. A inflação acumulada de lá para cá é de 284,63%, segundo o Banco Central do Brasil (BC).
Em junho de 2002, chegou às ruas a nota de R$ 20. Hoje, para ter o poder de compra que se tinha quando foi lançada, seriam necessários R$ 74,56. O IPCA acumulado do período é de 272,78%.
A última nota a ser criada foi a de R$ 200, que começou a circular no dia 2 de setembro de 2020, em meio à pandemia de Covid-19. Em quase três anos, a inflação já acumula uma alta de 29,29% e, hoje, seriam necessários R$ 258,59 para ter o mesmo poder de compra.
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