Um homem suspeito de atuar como mergulhador para o tráfico internacional foi preso na última sexta-feira (21/6) no Guarujá, litoral de São Paulo. Com ele, estavam 103 quilos de cocaína que, segundo a Polícia Civil, seriam colocados em navios que partem do Porto de Santos.
O suspeito foi preso a partir da identificação de um carro que seria usado no transporte de drogas. Os policiais encontraram quatro malas de viagem com 100 pacotes de cocaína embalada.
Em um imóvel no bairro Monte Cabrão, em Santos, a polícia encontrou equipamentos próprios para a prática de mergulho: cinco cilindros de oxigênio, quatro roupas de mergulho,33 coletes salva-vidas e 22 sinalizadores náuticos.
Na mesma casa também foram apreendidos 13 eletrodos para solda, 300 bexigas de borracha, dois carregadores de fuzil e 38 munições.
O caso foi registrado como tráfico de drogas na 2ª Delegacia de Investigações Criminais (Deic) de Santos.
Mergulhadores do PCC
A contratação de mergulhadores é uma tática conhecida do Primeiro Comando da Capital (PCC) para esconder drogas em compartimentos nos cascos dos navios, submersos no oceano, chamados de “sea chest”.
No último dia 2 de abril, a Marinha e a Polícia Federal apreenderam, em uma ação conjunta, 212 quilos de cocaína escondidos na caixa de mar de um navio, no Porto de Santos. O destino da embarcação era a Alemanha.
A caixa de mar é um compartimento localizado na parte externa da embarcação, abaixo da linha da água. Sua função é resfriar o motor, abastecer o sistema de combate a incêndio e descarregar água do navio.
Escoadouro do tráfico internacional
Em abril deste ano, o Metrópoles revelou um balanço inédito da Receita Federal que aponta que, em um período de cinco anos, 48% da cocaína apreendida pelo órgão em todo o território nacional estava no Porto de Santos, o maior abaixo da linha do Equador e o principal escoadouro do tráfico internacional de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Os dados exclusivos mostram que, entre 2019 e o ano passado, a Receita apreendeu 87.7 toneladas de cocaína — a droga estava escondida em cargas e, também, submersa nos cascos de navios atracados no litoral paulista.
A cocaína tinha como principais destinos países da Europa — como Itália, França, Bélgica e Suécia —, além de nações africanas como Nigéria, Marrocos, África do Sul e até do Oriente Médio.
Considerando apenas as operações do ano passado, a Receita apreendeu 7.142 toneladas de cocaína no porto paulista, o equivalente a 44,68% de todo o volume da droga tirada de circulação no país em 2023. (Via: Metrópoles)
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