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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

De dentro do presídio, chefe do tráfico articulava esquema com o CV usando celular alugado por R$ 100; Entenda

Uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) revelou como um traficante preso no Complexo Penitenciário de Ponte Nova, em Minas Gerais, conseguia articular um esquema de tráfico de drogas que ultrapassava os muros da cadeia e negociava diretamente com integrantes do Comando Vermelho (CV) em São Paulo.

De acordo com a apuração, Olessandro Silva dos Santos, conhecido como Gás, estabelecia contato com detentos responsáveis por controlar o acesso a celulares clandestinos dentro da unidade prisional. Para utilizar os aparelhos, ele pagava valores que chegavam a R$ 100 por hora, com os custos sendo repassados por meio de depósitos em contas bancárias ligadas a pessoas próximas a outros presos, visando dificultar o rastreamento financeiro.

Com o celular em mãos, Olessandro definia compras, valores e rotas de distribuição. Mensagens interceptadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaego) revelam que a droga tinha origem em São Paulo e era negociada com apoio do sobrinho dele, Gesiel dos Santos Monteiro, responsável por adquirir os entorpecentes e fazer a ponte entre fornecedores paulistas e distribuidores em Minas.

Nas conversas anexadas ao processo, Gás solicita cocaína em maior grau de pureza, tratada em linguagem cifrada, enquanto Gesiel informa disponibilidade e preços por quilo, indicando transações em larga escala.

Os diálogos também mostram que, mesmo preso, Olessandro acompanhava de perto o andamento das operações, cobrava prazos, discutia valores e determinava para quem a droga deveria ser repassada. 

Participação de outros presos

O inquérito também aponta a atuação de Lucas Henrique Rocha Pereira como um dos responsáveis pela distribuição de drogas no interior de São Paulo. Segundo o Ministério Público, mesmo após ser preso, ele seria o encarregado de receber e efetuar o pagamento da droga enviada, contando com a ajuda de terceiros para manter o funcionamento da rede criminosa.

A articulação incluía Leonardo Felipe Panono Scupin Calixto, conhecido como Bode, apontado como principal nome do CV em Rio Claro, no interior paulista. Segundo as investigações, o traficante exercia funções semelhantes às de Lucas, atuando como responsável pela distribuição de drogas prontas para o consumo e mantendo contato frequente com outros integrantes da organização.

Bode é considerado foragido e, de acordo com a Polícia Militar, estaria sob proteção da facção em território fluminense após o Primeiro Comando da Capital (PCC) decretar sua morte em meio à disputa pelo controle do tráfico na região.

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