Uma grande quadrilha, acusada de realizar operações ilegais de câmbio e de remessas internacionais de divisas ao exterior, foi desbaratada na manhã desta terça-feira (29) dentro da Operação Grande Truque, realizada pela Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE) com a Receita Federal do Brasil. A suspeita da polícia é que a quadrilha chegou a movimentar mais de R$ 100 milhões de reais com golpes contra o Sistema Financeiro Nacional.
A investigação apreendeu em uma agência de uma empresa de transporte de valores ainda não divulgada localizada no Recife uma quantia de cerca de R$ 30 milhões de reais em notas de vários países. Os indícios apontam que o local servia de banco clandestino para os integrantes da quadrilha.
Segundo o Superintendente Regional da Polícia Federal em Pernambuco, Marcello Diniz, o principal objetivo do grupo era importar os produtos do exterior utilizando o sistema dólar-cabo, quando se remete divisas para instituições financeiras do exterior sem o conhecimento da Receita Federal do Brasil e do Banco Central do Brasil. “Os valores dos produtos que os empresários apresentavam nas instituições aduaneiras eram bem abaixo do preço original”, explica o superintendente. O empresário, então, utilizava de doleiros (profissionais que fazem conversão de moeda sem utilizar os meios legais) para entregarem o resto do dinheiro diretamente ao vendedor do exterior, diminuindo, assim, o recolhimento de impostos de importação.
Foram cumpridos nesta operação 30 mandados de busca e apreensão, 14 mandados de condução coercitiva e três mandados de prisão preventiva em doze empresas, como casas de câmbio (uma seria localizada em grande shopping do Recife), importadoras e empresa de segurança privada. Os locais onde as ações estão sendo realizadas são: Boa Viagem, Areias, Avenida Recife, Afogados, Paulista, Pombos, Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Jaboatão, Goiana, Estância, Olinda, Ibura, Águas Compridas e Pau Amarelo, além dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Norte.
As investigações da PF-PE também apontam para o envolvimento de países como Bélgica, Inglaterra, Portugal, Itália e China. Uma empresa belga, liderada por doleiro brasileiro já está sendo investigada. Os principais subfaturados adquiridos pela rede eram produtos têxteis e produtos diversos chineses.
Três doleiros foram presos nesta manhã, mas a PF-PE já conseguiu identificar mais cinco. Os detidos vão responder por evasão de divisas, instituição financeira clandestina, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Se condenados, os integrantes podem pegar até 23 anos de reclusão. (IG)
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