Os articuladores da campanha à reeleição de Dilma Rousseff já contabilizam como provável uma queda da presidente da República na pesquisa Datafolha que entrou em campo nesta quarta e vai até sexta.
O tamanho da eventual diminuição de intenção de voto pode gerar pressões no PT pelo “Volta, Lula”, movimento que tem sido desautorizado pelo próprio ex-presidente, mas que é o assunto corrente nos bastidores do partido.
Outro dado aguardado com ansiedade no PT é o atual cacife dos principais opositores de Dilma: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE).
A principal razão para o Palácio do Planalto prever uma queda de Dilma no Datafolha é a avaliação de que os 47% de intenção de voto que ela recebeu na pesquisa feita nos dias 19 e 20 de fevereiro estavam num patamar mais alto do que o captado por levantamentos do próprio PT.
Esses 47% foram obtidos num cenário mais simples, em que apareceram Aécio com 17% e Campos com 12%. Nessa simulação, os votos brancos, nulos ou em nenhum candidato somaram 18%. Não souberam responder 6%.
As pesquisas feitas pelo PT apontam Dilma num patamar entre 40% e 44%. Esse intervalo de variação está mais próximo de outro cenário do Datafolha de fevereiro em que foram incluídos candidatos de pequenos partidos.
Quando cresceu a lista de candidatos apresentada aos entrevistados, Dilma marcou 44% no Datafolha. Aécio conseguiu 16%. Campos, 9%. O Pastor Everaldo (PSC) teve 3%. Eduardo Jorge (PV) e José Maria (PSTU) ficaram com 1%. Não chegaram a um ponto percentual os seguintes nomes: Randolfe Rodrigues (PSOL), Denise Abreu (PEN), José Maria Eymael (PSDC), Mauro Iasi (PCB) e Levy Fidelix (PRTB).
O cenário com nanicos será o da eleição. Se em fevereiro Dilma alcançou 44%, o governo avalia que, diante do desgaste político de lá para cá, a presidente possa ter caído.
O Planalto não crê num tombo. Considera que Dilma pontue de 40 para cima. No entanto, o desempenho da oposição e um eventual avanço de candidatos nanicos, ainda que pequeno, podem diminuir a margem de gordura para uma vitória em primeiro turno, possibilidade que tem aparecido em todos os levantamentos recentes. Um resultado do Datafolha que mostre uma provável disputa em segunda etapa surpreenderia os articuladores políticos da presidente.
Petistas aguardam o Datafolha para ver se esta rodada de pesquisas confirma um paradoxo de dois levantamentos recentes do Ibope. Neles, a intenção de voto da presidente se manteve estável, mas a avaliação de governo ótimo/bom caiu sete pontos percentuais. (Kennedy Alencar)
Blog: O Povo com a Notícia