A Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara (CCJ) desistiu de votar nesta terça-feira (07) a manobra que
abre caminho para livrar Eduardo Cunha da cassação do mandato. O PSDB declarou
que obstruiria a sessão. Foi acompanhado por outros quatro partidos: DEM, PT,
PCdoB e até o PR, que costuma ser condescendente com Cunha.
Sem
condições políticas de votar, o deputado que presidia a sessão, Covatti Filho
(PP-RS), decidiu adiar a deliberação. A volta da encrenca à pauta está
condicionada a uma reunião que os líderes dios partidos na CCJ terão nesta
quarta-feira (08). “Nossa obstrução funcionou'', celebrou o deputado Betinho
Gomes (PSDB-PE).
O
parecer cuja votação foi adiada é assumido pelo deputado Arthur Lira (PP-AL),
investigado na Lava Jato e membro da infantaria de Cunha. Ele respondeu a uma
consulta formulada pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, outro
encrencado no petrolão que guerreia na tropa de Cunha.
Lira
deu às perguntas formuladas no questionário encampado por Maranhão as respostas
que interessam a Cunha. “Depois da votação no Conselho de Ética, o que o
plenário [da Câmara] deve analisar? O projeto de resolução ou o parecer?”,
indagou Maranhão. Lira respondeu que vai a voto um projeto, não o parecer.
“Na
análise do projeto de resolução, cabe emenda de plenário?” A resposta de Lira
foi positive: sim, cabe emenda. Desse modo, ainda que o Conselho de Ética
aprove a cassação de Cunha, seus aliados podem propor em plenário uma pena mais
branda: a suspensão do mandato por três meses.
“As
emendas podem prejudicar o presidente afastado Eduardo Cunha?” Nesse ponto, a
resposta de Lira foi negativa. Só serão admitidas emendas que favoreçam o
acusado, sob pena de violar o princípio da ampla defesa, disse o deputado.
“Rejeitado
o projeto de resolução do Conselho de Ética, pode ser votada a representação
dos partidos ao conselho que também pede a cassação do mandato de Cunha?” Claro
que não, respondeu Lira. Havendo a rejeição do projeto, a acusação vai ao
arquivo. Cunha livra-se da guilhotina. E não se fala mais nisso. (Via: Josais de Souza)
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