O deputado Laerte Bessa (PR-DF),
um dos mais fervorosos defensores de Eduardo Cunha deu um aviso ao aliado: “Eu
já falei para ele que não terá chance no plenário. Fiz uma pesquisa informal
entre os seus aliados e ele não terá os votos necessários para impedir a
cassação. Muitos são candidatos a prefeito, muitos tem problemas nos seus
redutos eleitorais. Ele não terá saída.”
Em
entrevista às reporteres Maria Lima e Isabel Braga, veiculada pelo Globo, Bessa contou que visitou Cunha
na semana passada. Estava acompanhado do colega Carlos Marun (PMDB-MS), outro
soldado de Cunha. Os dois sugeriram que ele renunciasse à presidência da
Câmara. E o interlocutor, sempre refratário à ideia, já não soou tão
categórico.
“Eu
e o Marun estivemos com ele na última quinta-feira e pedimos que ele renuncie.
A decisão do Conselho de Ética é soberana, irreversível. Não tem mais como ir
contra no plenário. O Cunha já admite a hipótese de renunciar, mas acha que
ainda não está na hora.”
Em coletiva nesta terça dia (21), Cunha diz que está
tendo direito de defesa cerceado: O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje
(21) que está tendo o direito de defesa cerceado. Ele marcou uma coletiva de
imprensa às 11h, no Hotel Nacional em Brasília, com o objetivo de retomar
"a comunicação direta com os veículos de comunicação".
“Tenho restringido [a comunicação] à notas ou manifestações no Twitter.
Isto tem prejudicado muito minha versão dos fatos como também a comunicação.
Resolvi voltar com regularidade prestar satisfações, eu mesmo me expor ao
debate, às entrevistas porque isto está me prejudicando. Há um nítido
cerceamento de defesa meu”, disse nos primeiros minutos da entrevista. Cunha
lembrou sua trajetória política e a sua posição em relação ao PT e aos governos
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta afastada Dilma
Rousseff.
Cunha está no quarto mandato, iniciado no PP e depois migrou para o PMDB
no período em que o partido estava dividido entre apoio ao ex-presidente Lula e
a possibilidade de uma candidatura própria. “Na eleição de 2006, militamos a
favor de candidatura própria e, a partir de 2007 com vitória de Lula no segundo
turno, é que o PMDB foi para a base do governo Lula. Grande parte das acusações
do que acontece tem a ver com operações da Petrobras em 2005 e 2006 quando
estávamos em confronto forte com o PT.”
Ele voltou a afirmar que o governo Dilma resistiu fortemenete a sua
candidatura à presidencia da Casa, mas que, na época, nenhum candidadot do partido
do PT teria capacidade hoje de assumir a função por falta de apoio na Casa.
Memória: Eleito presidente da Câmara em primeiro turno no dia 1º de
fevereiro de 2015, Cunha recebeu 267 votos e derrotou três candidatos, entre
eles, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que era o candidato do Planalto na época, mas
que obteve apenas 136 votos. O comando da Câmara é exercido por dois anos, mas
nos primeiros meses Cunha já começou a sentir a pressão suscitada pelas
suspeitas sobre seu envolvimento em negócios ilícitos envolvendo contratos de
empresas com a Petrobras e existência de contas secretas no exterior. (Via: Josias de Souza / Agência Brasil)
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