Faltam 20 meses e meio para que
Michel Temer volte em definitivo para São Paulo. Será um suplício acompanhar
cada manhã de uma presidência-tampão comandada por um político que sonhava em
passar à história como um novo Itamar Franco e fica cada dia mais parecido com
José Sarney. As delações da Odebrecht, que invadem os lares dos brasileiros em
jorros amazônicos desde o início da semana, empurraram a gestão Temer da
enfermaria direto para a UTI. Os principais operadores da política trabalham
com a perspectiva de que Temer concluirá o seu mandato. Não mais por méritos,
mas por absoluta falta de alternativa.
Em meio a uma atmosfera de franca promiscuidade, as autoridades erguem as
mãos para o céu em agradecimento ao feriado cristão. Atônito, o governo tenta
se reposicionar em cena. Por ora, Temer acalenta a fantasia de que conseguirá
manter as fornalhas do Congresso acesas, para aprovar todas as propostas
necessárias à retomada do crescimento econômico. Nem a equipe econômica do
governo acredita nesse milagre.
O drama de Temer mudou de patamar. Isso fica evidente no instante em que o
presidente se vê obrigado a exibir na internet um vídeo para se contrapor a um
delator que insinua sua concordância com uma propina de US$ 40 milhões,
extraída pelo PMDB de um negócio na Petrobras.
Para evitar que o governo entre
em coma, Temer talvez tenha que reconsiderar a decisão de manter seus ministros
suspeitos nos cargos até quando der. Já deu! De resto, Temer, mãos postas, reza
para que o Supremo Tribunal Federal rejeite um recurso do PSOL pedindo que o
presidente da República seja incluído no rol de investigados da Lava Jato. Se
você acredita em Deus, reze. Se não acredita, reze também. (Via: Blog do Josias de Souza)
Blog: O Povo com a Notícia