No dia em que serão realizados protestos contra as reformas governistas,
o presidente Michel Temer cortará o ponto de servidores públicos que faltarem
ao trabalho para aderir à greve geral marcada para sexta-feira (28).
Para adotar a medida, a atual administração tem se baseado em decisão de
outubro do STF (Supremo Tribunal Federal), a qual estabeleceu que o poder
público deve cortar os salários de servidores em paralisação.
O Palácio do Planalto tem lembrado que na sexta-feira (28) não haverá
ponto facultativo, mesmo às vésperas do Dia do Trabalhador, e que, portanto, o
entendimento da Suprema Corte pode ser adotado.
A expectativa de assessores e auxiliares presidenciais é de que a adesão
de categorias de trabalhadores ao protesto desta sexta-feira (28) seja maior ao
da última manifestação, realizada em março.
O monitoramento das redes sociais, no entanto, tem apontado que a
mobilização tem se concentrado nos grandes centros urbanos, tendo pouca
repercussão nos municípios de médio e pequeno portes.
Para reduzir o potencial das manifestações, aliados do presidente
consideram buscar centrais sindicais mais próximas ao governo peemedebista,
como Força Sindical e UGT (União Geral dos Trabalhadores). As duas, contudo,
não têm demonstrado disposição em desistir das paralisações.
O presidente avaliava viajar no dia da manifestação, mas decidiu
permanecer em Brasília, onde acompanhará as mobilizações. O receio é que o
aumento do movimento eleve a pressão sobre a base aliada contra a reforma
previdenciária, a principal bandeira política da atual gestão.
Nas últimas semanas, o Palácio do Planalto tem tentado blindar
parlamentares governistas que têm recebido queixas de sua bases eleitorais
sobre as reformas previdenciária e trabalhista.
Com esse objetivo, além de aumentar a publicidade em veículos de comunicação,
o presidente tem concedido uma bateria de entrevistas, incluindo programas
populares, como dos apresentadores José Luiz Datena, da Bandeirantes, e de
Carlos Roberto Massa, o Ratinho, do SBT.
Em campanha nacional, a gestão peemedebista já gastou até agora R$ 29,5
milhões só com produção e veiculação de propagandas favoráveis às mudanças na
aposentadoria.
Blog: O Povo com a Notícia