A
conta de energia será mais salgada para o pernambucano a partir deste sábado
(29), com reajuste de 8,85% para o cliente residencial. Para a indústria, os
percentuais de aumento vão variar com os seguintes percentuais: 4,04%
(empreendimentos menores), 8,22% (empresas de porte médio) e 5,18% para as
fábricas eletrointensivas (que consomem muita energia).
Os índices mais usados para medir o custo de vida do País,
como o IPCA, do IBGE, e o IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas, alcançaram, 4,57%
e 4,86% no acumulado dos últimos 12 meses. Ou seja, os pernambucanos terão
reajustes maiores do que a inflação.
Também foi homologado um
reajuste de 8,91% na taxa de iluminação pública, que recolhida na conta de luz
e tem os seus recursos repassados às prefeituras. Numa conta de energia de R$
100, a taxa de iluminação chega a R$ 18, caso o cidadão more no Recife. A
cobrança dessa taxa varia de acordo com o município.
Os percentuais do aumento surpreenderam porque a própria
Aneel realizou uma audiência pública e divulgou como percentuais preliminares:
2,35% para os clientes residenciais e uma queda, em média, de 1,28% para os
grandes clientes, como a indústria.
O relator do processo da
Celpe e diretor da Aneel, André Pipetone da Nóbrega, explicou que os principais
responsáveis pela diferença dos percentuais apresentados durante a audiência e
os homologados foram os componentes financeiros.
Segundo a Aneel, não havia
previsão na época da audiência pública, do risco hidrológico, que é a má
situação dos reservatórios das principais hidrelétricas do País. A Aneel
incluiu no atual aumento uma previsão de R$ 144,5 milhões para bancar o custo
da energia que pode ficar mais cara com o acionamento das térmicas.
Isso entrou em um item
chamado componentes financeiros, que registrou uma variação de 5,12% e uma
participação de 2,11% no cálculo do aumento.
A falta de chuvas no
Sudeste vem preocupando o setor elétrico pelo menos desde 2013. No entanto, a
assessoria de imprensa da Aneel informou, via e-mail, que “na época da
audiência pública da Celpe, a agência ainda não tinha definido a metodologia
para cobrança do risco hidrológico”. A audiência foi realizada no dia 8 de março
último.
INDENIZAÇÃO: Outro
fator que pesou no reajuste da Celpe foi a indenização com a transmissão de
energia que começou a ser paga este ano para compensar a prorrogação das
concessões. Ambas as iniciativas estavam previstas na antiga MP 579 lançada pela
presidente Dilma Rousseff (PT) com a finalidade de reduzir em 20% a conta de
luz de todos os brasileiros, o que não ocorreu.
A
indenização da transmissão e o risco hidrológico trouxe impactos,
respectivamente, de 3,62% e 3,13% no aumento. Os dois juntos representaram 89%
no reajuste final das tarifas, segundo informações da Celpe. A distribuidora
tem 3,5 milhões de consumidores nos 184 municípios do Estado, atuando também em
Fernando de Noronha. (Via: JC)
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