O açude Manoel Marcionilo, na
cidade de Taperoá, no Cariri paraibano, ultrapassou a capacidade máxima de
armazenamento e começou a sangrar no início da manhã deste sábado (29). Segundo
a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa) a sangria já era
esperada, depois do aumento no volume do açude com as chuvas e o rompimento de
uma barragem no estado de Pernambuco.
O reservatório tem capacidade para armazenar 15.148.900 de
m³ de água. De acordo com o morador da cidade, Patrício Silva, o açude começou
a sangrar por volta das 8h, com um pequeno fio de água ultrapassando a
barragem. “Começou fraquinho, mas está aumentando ao longo das horas”, disse
ele. Por volta das 11h a lâmina d'água já transbordava por toda a barragem.
Com o sangramento do açude, a
água vai seguir pelo Rio Taperoá até um pequeno açude na cidade de Santo André.
Depois disso, as águas seguem para o sítio Jacaré, na zona rural de Cabaceiras,
onde ocorre o encontro do Rio Taperoá com o Rio Paraíba, já na entrada da bacia
hidráulica do açude Epitácio Pessoa, conhecido como Açude de Boqueirão, que
está com apenas 3,3% da capacidade total.
Segundo presidente da Aesa, João Fernandes, o sangramento
do açude ocorreu após as chuvas registradas na região, mas também por causa do
rompimento de uma barragem. “Uma barragem de Pernambuco estourou há alguns dias
e essa água chegou até o açude através do Rio Taperoá. Mas, a sangria está
ocorrendo também por causa das chuvas que estão sendo registradas no Cariri e
no Sertão da Paraíba. Historicamente, entre março e abril, as chuvas são boas e
este ano estão acima da média”, disse ele.
Açude estava com 3,2%
Há pouco mais de um mês o açude de Taperoá estava quase
seco. Segundo os dados da Aesa, em 14 de março deste ano, o açude estava com
487 mil metros cúbicos de água, que equivale a 3,2% do volume total. Após dois dias de chuvas fortes na região, o
volume havia aumentado para 5,6 milhões de metros cúbicos de água, que
corresponde a 37,5%, no dia 16 de março.
Já no último dia 14 de abril, o açude havia atingido o volume de 12.688.610
m³, o que equivale a 83,8 % da capacidade total, após
24 horas de chuvas nas regiões do Cariri e do Sertão. Ainda segundo a Aesa, com
a capacidade máxima atingida, a população volta a ter garantia de
abastecimento, sem racionamento. (Via: G1 PB)