O Governo de Pernambuco, por
meio da Central de Transplantes (CT-PE), tem se empenhado para conscientizar a
população sobre a importância do ato de doar órgãos e tecidos, além de focar na
capacitação dos profissionais de saúde para sensibilização nos serviços e para
o diagnóstico correto da morte encefálica. O esforço tem refletido na
diminuição da fila de espera e consequentemente no aumento do número de
transplantes no Estado. Em 2017, foram realizados 1.790 procedimentos, um
recorde desde a criação da CT-PE, em 1995. Antes, o ano com mais transplantes
realizados era o de 2012, com 1.690.
“A Central de Transplantes,
juntamente com os serviços de saúde e os profissionais envolvidos nesse
processo, tem trabalhado permanentemente para diminuir o tempo de espera de um
paciente em fila de espera, seja por meio de capacitações das equipes hospitalares
ou pela conscientização do público. Em 2017, conseguimos retomar o status de
córnea zero, quando o paciente, depois de realizar os exames necessários
para ser inscrito na fila de espera, faz o transplante em até 30 dias. Além do
recorde no número total de transplantes, também batemos o recorde de
transplantes de coração e de rim. Isso significa mais esperança para a
população e vida para quem consegue um órgão ou tecido”, afirma a coordenadora
da CT-PE, Noemy Gomes.
Em 2017, Pernambuco realizou
404 transplantes de rim. Anteriormente, o ano com mais procedimentos tinha sido
em 2015, com 344. No caso de coração, foram 54 em 2017, contra 45 em 2015. “A
população precisa saber como exercer seu direito de ser um doador. Para isso, é
preciso externar essa vontade ainda em vida para os seus familiares. Nós
sabemos da dor no momento do falecimento de um ente querido, mas é importante
termos a consciência que um único doador pode dar mais qualidade de vida a até
sete pessoas em fila de espera”, reforça Noemy.
DADOS – Durante todo o ano de 2017, Pernambuco concretizou 1.790
transplantes. O quantitativo é 22,27% maior do que o mesmo período de 2016, com
1.464 procedimentos. O maior crescimento foi nos transplantes de
coração, com 54 em 2017 e 38 em 2016 (aumento de 42%). Em seguida,
vem rim: 404 em 2017 e 286 em 2016 (aumento de 41%).
Ainda foram realizados 225
procedimentos de medula óssea (187 em 2016 – crescimento de 20%), 968 de córnea
(827 em 2016 – ampliação de 17%), 129 de fígado (112 em 2016 – aumento de 15%).
Também foram feitos 6 transplantes de rim/pâncreas, 2 de fígado/rim e 2 de
válvula cardíaca.
Pernambuco ainda teve um
aumento de doadores por milhão de população (pmp). Em 2016, o número era de 15
doadores por milhão de população. Em 2017, o quantitativo ficou em 20 pmp,
também o maior da história do Estado. O recorde anterior era de 2015, com 18
pmp.
AUTORIZAÇÃO
– Em 2017, as Organizações de Procura de Órgãos (OPO)
realizaram 341 entrevistas com familiares de pacientes com morte encefálica.
Desse total, 188 autorizaram a doação e 150 negaram. Isso significa que 43,9%
das potenciais doações não puderam ser efetivadas.
A morte encefálica acontece
quando o cérebro perde a capacidade de comandar as funções do corpo, como
consequência de uma lesão conhecida e comprovada. No caso
da morte encefálica, o paciente é um potencial doador de órgãos
sólidos (coração, rins, pâncreas e fígado) e tecido (córnea). No caso da morte
do coração, o paciente pode doar apenas as córneas.
“Entre os motivos da negativa
familiar, está o desconhecimento da população sobre a morte encefálica e sobre
a integridade do corpo após a doação. Precisamos informar
que o diagnóstico de morte encefálica segue um rígido protocolo na
sua confirmação e que a família receberá o corpo do ente querido
íntegro para realizar todas as cerimônias de despedida. Como a doação só ocorre
com a autorização de um familiar de até segundo grau, de acordo com a
legislação brasileira, precisamos difundir esse tema; tirar dúvidas, mitos e
preconceitos; e saber que esse ato pode salvar muitas vidas”, pontua a
coordenadora da CT-PE.
FILA DE
ESPERA – Atualmente, há 931 pacientes esperando
um órgão ou tecido. A maior fila é por um rim, com 766 pacientes, seguida de
fígado (78), córnea (62), medula óssea (14), coração (9) e rim/pâncreas (2).
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