Na época de seca braba, o agricultor Milton
Luiz da Silva, de 52 anos, tinha que caminhar cerca de dois quilômetros e
meio para conseguir água. “Era um sacrifício”, relembra, queixando-se de
problemas na coluna, que compromete sua mobilidade. Agora, a realidade do
agricultor, residente no Sítio Cabelo, é outra. No leito do Rio Pajeú, que
corta o município de Carnaíba em torno de 18 quilômetros, a Secretaria de
Obras está construindo barragens de nível – pequenas elevações feitas de pedras
que respeitam o nível do rio, armazenando água. Três estão funcionando e mais
três estão em fase de projeto.
Com as chuvas recentes na região, uma delas,
inaugurada nesta sexta-feira (15), já está sangrando. “Esta
barragem representa a transformação de uma comunidade. A água traz mais
facilidade na produção de ração para os animais, na produção de fruticultura e
horticultura e melhoria alimentar da população através da piscicultura”,
destaca o secretário de Obras, Edval Morato, o Fafinha.
Só
no Sítio Cabelo, a barragem favorece 21 famílias. “Esta água
representa muito para a gente. Ela trouxe de volta a vida para a comunidade”,
diz o agricultor Milton Luiz. Também foram beneficiadas 329 famílias do Sítio
Leitão, onde a barragem que está sangrando foi construída. “Pedi a Deus para
mandar chuva para não faltar água na barragem”, emenda Milton Luiz. A barragem
cheia tem feito a alegria dos pescadores “improvisados”, que pescam
tilápia, traíra e curimatã.
“A gente tem o pirão garantido. Essa água é a nossa
grande riqueza”, comenta o agricultor José Laranjeira da Silva, 61, conhecido
como José de Miúdo. “Soltei até fogo na inauguração da barragem”, diz ele. Nos
finais de semana, o entorno da barragem tem servido como uma espécie de
balneário para o sertanejo, que aproveita e transforma o reservatório numa
verdadeira piscina. Os leitos dos riachos nos sítios Matinha e Mata Grande
também vão ganhar pequenas intervenções para o armazenamento de água. Com
informações do Diário de Pernambuco.
Blog: O Povo com a Notícia