O presidente Jair Bolsonaro chegou a Israel
na madrugada deste domingo (31) para visita oficial de quatro dias ao país. O
avião com a comitiva brasileira pousou em Tel Aviv pouco antes das 4h, e
Bolsonaro é recebido com uma cerimônia de boas-vindas ainda no aeroporto
internacional Ben Gurion.
No
primeiro dia da viagem, Bolsonaro será recebido pelo premiê israelense Benjamin
Netanyahu – um de seus principais aliados externos – para uma série de
compromissos, entre os quais reunião privada, assinatura de acordos bilaterais
e uma declaração conjunta à imprensa.
À
noite, Netanyahu vai oferecer um jantar ao colega brasileiro. O presidente do
Brasil ficará em Israel até quarta-feira (03). A viagem a Israel é o quarto
compromisso oficial de Bolsonaro no exterior desde que assumiu a Presidência.
Antes de ir ao Oriente Médio, ele já viajou para a Suíça, os Estados Unidos e o
Chile.
A
visita de Bolsonaro ao premiê israelense ocorre às vésperas de eleições
convocadas para 9 de abril em que é possível que Netanyahu, líder do partido de
direita Likud, deixe o poder. O parlamento de Israel aprovou a própria
dissolução em dezembro, antecipando para abril as eleições israelenses que
deveriam ocorrer até novembro de 2019.
Se
for reeleito pela quinta vez na eleição do mês que vem, Bibi, como Netanyahu é
conhecido em Israel, vai superar o recorde de permanência no cargo do fundador
do Estado de Israel, David Ben Gurion. O governo de Netanyahu permaneceu ativo
desde a dissolução do parlamento, mas não pode tomar decisões que exijam o
consentimento dos congressistas, como o voto de novas leis.
A ida
a Israel é uma retribuição à visita do premiê israelense ao Brasil, em janeiro,
para participar da solenidade de posse do presidente brasileiro. Na primeira
visita oficial de um primeiro-ministro de Israel ao Brasil, Netanyahu visitou o
Pão de Açúcar e chegou a jogar futebol com banhistas na praia de Copacabana, no
Rio de Janeiro.
Na
ocasião, Bolsonaro e Netanyahu tiveram um encontro no qual reafirmaram a
intenção de estreitar os laços entre os dois países e fazer parcerias em
diversos setores. O israelense chamou o brasileiro de “grande amigo”, “grande
aliado” e “grande irmão”.
A
agenda de Bolsonaro em Israel prevê compromissos em Tel Aviv e em Jerusalém. As
duas cidades estão no centro de uma polêmica envolvendo a embaixada brasileira
no país. Em Jerusalém, na segunda-feira (1º), ele visitará o Muro das
Lamentações, local sagrado para os judeus.
Bolsonaro
declarou no ano passado após vencer a eleição presidencial que pretendia
transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, a exemplo do que
fez o presidente norte-americano Donald Trump. Após três meses de governo, a
mudança ainda não foi oficializada.
Com a
medida, o Brasil reconheceria Jerusalém como capital de Israel, o que suscitou
o receio de retaliações comerciais de países árabes, grandes compradores de
carne bovina e de frango do Brasil.
Israel
considera Jerusalém a “capital eterna e indivisível” do país. Mas os palestinos
não aceitam e reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado
palestino. A comunidade internacional não reconhece a reivindicação israelense
de Jerusalém como sua capital indivisível.
Após
a polêmica declaração, o governo brasileiro tem adotado um tom de cautela ao
falar sobre o assunto. Em diversas ocasiões, o porta-voz da Presidência, Otávio
Rêgo Barros, disse que o governo estuda o assunto, e não deve anunciar nenhuma
medida nesse sentido na visita oficial a Israel.
Bolsonaro
também deve visitar uma comunidade de brasileiros estabelecida na cidade de
Raanana.
A
comitiva presidencial é formada pelos ministros Ernesto Araújo (Relações
Exteriores), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Marcos Pontes (Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança
Institucional).
Também
viajaram para Israel com o presidente da República os senadores Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ) – filho mais velho de Jair Bolsonaro –, Chico Rodrigues
(DEM-RR) e Soraya Thronicke (PSL-MS), além da deputada Bia Kicis (PSL-DF). (Via: G1)
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