Um dia depois de trocar
declarações ásperas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o
presidente Jair Bolsonaro comparou o desentendimento entre eles a uma
"chuva de verão".
A declaração foi feita por Bolsonaro após cerimônia em comemoração aos 211 anos
da Justiça Militar. Maia também foi convidado e não compareceu.
Segundo a assessoria de imprensa do STM (Superior Tribunal Militar), o
presidente da Câmara não respondeu ao convite, como fez nos três últimos
anos.
Questionado sobre a ausência do deputado no evento, Bolsonaro disse
desconhecer.
Além do presidente da República estiveram no local o presidente do STJ,
ministro João Otávio de Noronha, a procuradora-geral da República, Raquel
Dodge, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Bolsonaro afirmou
ter tido um "excelente diálogo" com Alcolumbre.
"Estou à disposição do Rodrigo Maia, como eu disse, o Brasil está
acima de nós. Não tem problema nenhum e vamos em frente", afirmou.
O presidente comentou ainda o encontro entre Maia e o ministro Sergio Moro
(Justiça), na manhã desta quinta-feira (28).
"Ele falou que esteve com Maia, uma conversa muito saudável, muito
amigável, tudo bem. É assim a nossa vida, de vez em quando há alguns percalços,
mas não podemos esquecer o que nós representamos", afirmou.
Questionado sobre declarações de Maia, de que Bolsonaro estava
"brincando de ser presidente", ele disse se tratar de uma
"página virada".
"Página virada, um abraço pro Rodrigo Maia, o Brasil está acima de
tudo, vamos em frente, acontece, é uma chuva de verão, outros problemas
acontecerão com toda certeza, mas pode ter certeza, na minha cabeça e na
dele, Brasil acima de tudo, e Deus acima de todos."
O desgaste entre os dois Poderes foi agravado na quarta, levando o
Planalto a ter que reiniciar uma operação contra a crise política, com mais interlocutores
e congressistas, na tentativa de viabilizar projetos estratégicos ao governo,
como a reforma da Previdência.
Num contraponto à equipe ministerial e às lideranças do governo, que
vinham tentando arrefecer o clima de incômodo e restaurar os canais de diálogo,
Bolsonaro fez uma provocação a Maia em entrevista à TV Bandeirantes, o que
irritou o deputado federal.
O presidente disse que Maia havia sido "infeliz" ao ter atacado
o ministro Sergio Moro e afirmou que ele estava "um pouco abalado com questões
pessoais que vêm acontecendo" em sua vida.
Bolsonaro fazia referência ao incômodo de Maia com os pedidos de Moro para
pautar o pacote anticrime e à prisão na semana passada do ex-ministro da
Secretaria-Geral Moreira Franco, padrastro da mulher do deputado.
Houve reação imediata de Maia, que disse que Bolsonaro estava
"brincando de presidir o país".
A troca de farpas desanimou integrantes da equipe do presidente. Segundo
eles, Bolsonaro havia sido recomendado na terça-feira (26) que não fizesse mais
provocações a Maia e que tentasse diminuir os ânimos para viabilizar um
encontro entre ambos no início de abril. (Via: Folhapress)
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