A polícia paulista esteve perto
de prender o homem apontado pela Justiça pernambucana como o mandante da morte
do promotor do Ministério Público de Pernambuco Thiago Faria Soares. Depois de
uma investida na noite da terça-feira (26), o foragido José Maria Pedro Rosendo
Barbosa, conhecido como Zé Maria de Mané Pedo, conseguiu escapar do cerco
policial. Zé Maria foi condenado a 50 anos e quatro meses por ser mandante da
execução do promotor, então titular da comarca de Itaíba, e pelas tentativas de
homicídio contra Mysheva Martins, noiva da vítima, e Adautivo Martins, tio
dela.
Uma equipe de policiais civis do estado de São Paulo, a
pedido de investigadores pernambucanos, fez um cerco ao local onde Zé Maria
estava com mais três familiares. O foragido chegou ao estado de São Paulo em um
veículo Palio com placas de Pernambuco. No momento em que os policiais civis
viram Zé Maria, ele conseguiu correr em direção a uma mata perto de uma represa
e escapou. Os parentes que estavam com ele teriam sido levados a uma delegacia
e liberados em seguida. A Polícia Civil de Pernambuco disse que não iria se
pronunciar sobre as buscas ao foragido para não atrapalhar as investigações.
Detido na Penitenciária Professor
Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, Zé Maria
fugiu, junto com outros seis presos, no dia 13 de fevereiro. A fuga foi
articulada com a ajuda de um grupo de cerca de 20 homens que participaram de
uma operação de resgate durante a qual um sargento da Polícia Militar que fazia
a segurança do local foi morto. Rinaldo Azevedo Campelo, 49 anos, estava em uma
das guaritas quando foi atingido por um tiro na cabeça quando reagiu à
aproximação dos bandidos.
O promotor Thiago Soares foi executado
no dia 14 de outubro de 2013 em uma estrada que liga o município de Itaíba,
onde atuava, à cidade de Águas Belas, ambas no Agreste de Pernambuco. A noiva
do promotor, Mysheva Freire Ferrão Martins, e um tio dela também estavam no
carro no momento da emboscada, mas não se feriram.
Segundo as investigações da
Polícia Federal, o assassinato do promotor foi motivado pela disputa por uma
fazenda que pertencia a Zé Maria, mas foi arrematada pela noiva de Thiago em um
leilão judicial. Além dele, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo dos Santos
e José Marisvaldo da Silva foram indiciados como executores do crime.
Marisvaldo foi sentenciado a 40 anos e oito meses de reclusão pelo assassinato
do promotor, enquanto José Maria Domingos foi condenado a 19 anos.
Noiva de promotor tem pedido de segurança negado pela SDS
Após a confirmação da fuga de Zé
Maria, a advogada Mysheva Martins pediu a abertura de um inquérito por parte da
Polícia Federal para que o caso fosse investigado. Além disso, os advogados de
Mysheva solicitaram a implantação de segurança pessoal para ela. Um pedido de
proteção policial também foi feito para a Secretaria de Defesa Social (SDS). Em
ofício assinado pelo secretário Antonio de Pádua, o pedido foi negado.
“Em reunião ordinária realizada
pela Comissão Permanente de Segurança Pessoal de Autoridades, ocorrida no dia
13 de março do ano em curso, foi deliberado pela não concessão da segurança
aproximada, em virtude do pleito não atender aos requisitos essenciais da
Portaria SDS nº 997, de 19 de fevereiro de 2019”, diz o documento. (Via: Portal OP9)
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