Considerada por boa parte da
população como uma data comemorativa, voltada a prestar homenagens às mulheres,
o 8 de março, data em alusão ao Dia Internacional da Mulher é, também, um
momento voltado para discutir pautas mais profundas.
Criado no final do século 19, o marco se deu por causa de operárias dos Estados Unidos e Europa que reivindicavam melhores condições de trabalho, de vida e direto ao voto. Hoje, um amplo leque de debates se soma a essas questões pioneiras. “Temos o lema principal, que é ‘Marielles: livres do machismo, racismo e pela previdência pública’, e outros 11 eixos que tratam de assuntos pertinentes à conjuntura atual”, explica Isabella Marques, da Marcha Mundial das Mulheres em Pernambuco, um dos coletivos à frente do ato que se concentra às 14h, na Praça do Derby, e sai em passeata pelas ruas do Centro do Recife.
Criado no final do século 19, o marco se deu por causa de operárias dos Estados Unidos e Europa que reivindicavam melhores condições de trabalho, de vida e direto ao voto. Hoje, um amplo leque de debates se soma a essas questões pioneiras. “Temos o lema principal, que é ‘Marielles: livres do machismo, racismo e pela previdência pública’, e outros 11 eixos que tratam de assuntos pertinentes à conjuntura atual”, explica Isabella Marques, da Marcha Mundial das Mulheres em Pernambuco, um dos coletivos à frente do ato que se concentra às 14h, na Praça do Derby, e sai em passeata pelas ruas do Centro do Recife.
O ato unificado
acontece em todo o mundo e é construído por vários coletivos, como o Fórum de
Mulheres de Pernambuco, Rede de Mulheres Negras, Rede Nacional de Feministas
Antiproibicionistas. Em Pernambuco, ele acontece há 40 anos, desde 1978. “Na
concentração acontecem rodas de diálogo, sobre temas como a legalização do
aborto, a reforma da previdência, além de apresentações artísticas durante todo
o trajeto. Nós temos 2 mil mulheres inscritas, mas sabemos que o número no dia
é muito maior. Esperamos entre 3 e 5 mil”, continua Isabella, explicando que
são esperadas caravanas vindas do interior.
Os eixos passam pela luta contra o racismo, contra a lesbofobia
e transfobia, em defesa das mulheres dos campos, florestas, indígenas e
quilombolas e pelas mulheres com deficiência. “Vamos contar com um trenzinho,
para incluir tanto as mulheres com deficiência de locomoção, assim crianças,
para que mães que não tenham com quem deixar seus filhos também possam
comparecer ao ato”, ressalta Isabella. Outro tema urgente que também será
debatido é o feminicídio.
No início do mês, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), por meio de nota, disse ser preocupante a elevada incidência de assassinatos de mulheres no Brasil. De acordo com o órgão, 126 mulheres foram mortas unicamente por causa do gênero no país e afirmou ser urgente a execução de estratégias eficazes voltadas para a prevenção desse tipo de crime.
No início do mês, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), por meio de nota, disse ser preocupante a elevada incidência de assassinatos de mulheres no Brasil. De acordo com o órgão, 126 mulheres foram mortas unicamente por causa do gênero no país e afirmou ser urgente a execução de estratégias eficazes voltadas para a prevenção desse tipo de crime.
Foi levantando essa bandeira de
prevenção do feminicídio que a delegada Gleide Ângelo se elegeu a
deputada estadual mais votada de Pernambuco, com 412.636 votos. “Eu passei 15
anos na polícia. Indo lá, fazer o local do crime e prender o assassino. Até que
eu percebi que era mais urgente trabalhar para que essa mulher não morra”,
conta. “A votação expressiva mostra que as mulheres querem ser ouvidas, que
estão falando e precisam de representatividade. Nós precisamos ocupar esses
postos de poder para falar por todas.”
De acordo com o último balanço
divulgado pela Secretaria de Defesa Social (SDS), Pernambuco
registrou sete casos de feminicídio janeiro. “Desde a Lei Maria da Penha as
mulheres têm denunciado mais. É a quarta lei mais eficiente do mundo. O que
precisamos agora é que as mulheres criem a consciência de que precisam
denunciar”, ressalta a deputada.
“Elas precisam entender que existem políticas públicas e utilizá-las, enquanto a gente vai atrás de ampliar esses direitos.” Para ela, a sociedade ainda culpabiliza as mulheres, impedindo que elas deem fim aos ciclos de violência. “Eu sempre digo às mulheres vítimas de violência para que parem de esperar a mudança do agressor. Passam cinco, 10, 15 anos, ele não muda e ela acaba assassinada. Minha mensagem é clara: denunciem. Reconheçam sua força, que grande, ajude outra mulher e dê fim a qualquer situação de violência que você esteja vivendo.” (Via: Folha PE)
“Elas precisam entender que existem políticas públicas e utilizá-las, enquanto a gente vai atrás de ampliar esses direitos.” Para ela, a sociedade ainda culpabiliza as mulheres, impedindo que elas deem fim aos ciclos de violência. “Eu sempre digo às mulheres vítimas de violência para que parem de esperar a mudança do agressor. Passam cinco, 10, 15 anos, ele não muda e ela acaba assassinada. Minha mensagem é clara: denunciem. Reconheçam sua força, que grande, ajude outra mulher e dê fim a qualquer situação de violência que você esteja vivendo.” (Via: Folha PE)
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